Em reunião multilateral na Lituânia com outras ex-repúblicas soviéticas, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, vetou as tentativas de última hora da União Europeia para salvar um acordo comercial que deveria ser assinado nesta sexta-feira (29/11) e sinalizaria um histórico distanciamento em relação à Rússia.
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Yanukovich abandonou na semana passada os planos para assinar o acordo, preferindo reaproximar a Ucrânia da Rússia e atrapalhando os esforços da UE para se aproximar do leste europeu. A decisão dividiu o país entre protestos de ucranianos pró e anti-Europa, especialmente na capital Kiev.
Agência Efe
Cerca de dez mil pessoas se reuniram na praça da Indpendência, em Kiev, apoiando o presidente ucraniano
Apesar do recente anúncio de reviravolta, a União Europeia vinha tentando convencer os ucranianos a mudarem de ideia, citando possíveis incentivos econômicos durante as negociações na Lituânia com representantes do governo e do banco central da Ucrânia.
Na quinta-feira, líderes europeus chegaram a Vilnius, capital da Lituânia, para uma cúpula com seis ex-repúblicas (Ucrânia, Geórgia, Armênia, Moldávia, Azerbaijão e Belarus). Diplomatas do bloco disseram à Reuters que houve um acordo preliminar que levaria à assinatura do acordo comercial num futuro próximo, mas que Yanukovich o rejeitou.
A Armênia seguiu o mesmo caminho dos ucranianos, enquanto Geórgia e Moldávia assinaram acordos de associação, e irão iniciar o processo de entrada. Belarus e Azerbaijão ainda não cumprem as condições para aderir ao bloco – este último, no entanto, conseguiu um acordo de facilitação de vistos.
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A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, atribuíram a Yanukovich a responsabilidade pelo fracasso das negociações, mas disseram que as portas permanecem abertas a Kiev para uma aproximação com a Europa.
Yanukovich disse na sexta-feira que a Ucrânia ainda pretende assinar um acordo com a União Europeia no futuro, mas que seu país precisa de um pacote de ajuda financeira para facilitar essa aproximação. Ele disse que uma oferta anterior de 600 milhões de euros (800 milhões de dólares) seria “humilhante”.
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Na reunião de quinta-feira, ele detalhou os problemas econômicos da Ucrânia, citando o preço elevado que Kiev precisa pagar pelo gás russo.
Merkel disse que, caso Kiev desejasse, a Europa forneceria futuramente gás natural à Ucrânia, que é energeticamente dependente da Rússia. No entanto, a atual capacidade europeia de fazer esse fornecimento em longo prazo é limitada.
(*) com agências de notícias internacionais