O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade nesta sexta-feira (15/08) uma resolução para combater o Estado Islâmico. A cúpula formada por 15 membros também tem o objetivo de enfraquecer a Frente al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria.
“Temos observado com horror suas ações brutais”, declarou o embaixador britânico e presidente da reunião do Conselho da ONU, Mark Lyall Grant, segundo a Al Jazeera. Entre as decisões tomadas, destacam-se sanções contra os financiadores e fornecedores de armas, além da criação de uma lista negra com membros do grupo extremista.
A resolução do Conselho de Segurança “deplora e condena, nos mais fortes termos, os atos terroristas do Estado Islâmico, sua ideologia extremista violenta, suas contínuas violações grosseiras, sistemáticas e generalizadas de direitos humanos e suas violações do direito internacional humanitário”.
Efe/ arquivo
CS da ONU: proposta era assinar resolução no fim do mês, mas expansão de jihadistas preocupou
Além disso, a resolução denuncia o recrutamento de combatentes estrangeiros. O texto também manifesta preocupação de que a receita gerada a partir de campos de petróleo capturados por ambos os grupos extremistas esteja sendo usado para organizar ataques.
Inicialmente, o Reino Unido tinha intenção de aprovar o texto apenas no fim de agosto. Contudo, a expansão do Estado Islâmico no Oriente Médio nos últimos dias exigiu uma decisão mais rápida. Trata-se da maior instabilidade no Iraque desde que Saddam Hussein foi derrubado por uma invasão liderada pelos EUA em 2003.
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Indivíduos na lista negra
As seis pessoas que foram colocadas na lista negra serão proibidas de viajar, terão seus bens congelados e armas confiscadas. Entre elas, está o porta-voz do Estado islâmico, Abu Muhammad al-Adnani, um iraquiano descrito por especialistas da ONU como um dos “comandantes muçulmanos mais influentes” e próximo de seu líder Abu Bakr al-Baghdadi.
Além do porta-voz, a lista conta com Said Arif, ex-oficial do Exército da Argélia que fugiu de prisão domiciliar na França em 2013 e se juntou ao Frente al- Nusra na Síria. Nela, também está Abdul Mohsen Abdallah Ibrahim al-Charekh, da Arábia Saudita, apelidado de ” líder da propaganda terrorista na internet”.
O Conselho reivindica ao Estado Islâmico, à Frente al Nusra e a outras milícias vinculadas com a Al Qaeda que “ponham fim a todos os atos de violência e terrorismo, e deponham as armas e se dissolvam imediatamente”.
Efe
Bagdá, capital do Iraque: situação política instável no país propiciou expansão de jihadistas
Instabilidade política
Na quinta (14/08), o atual primeiro-ministro iraquiano, Nuri Kamal al Maliki, concordou em deixar o poder, abrindo caminho para que o recém-nomeado Haidar al Abadi forme um novo governo e conclua a primeira transição democrática de poder da história moderna do país.
No mesmo dia, Barack Obama descartou envio de novas tropas terrestres ao Iraque, país que teve presença ostensiva de militares norte-americanos até 2011, ano em que o presidente ordenou a retirada das tropas.
No entanto, Obama afirmou que seguirá com os ataques aéreos, autorizados há uma semana, e com a assistência militar prestada para frear os avanços do Estado Islâmico.
Apesar dos ataques, o grupo extremista continua ampliando a zona de ocupação, que se estende entre o Iraque e a Síria. Na quarta-feira (13/09), tropas do grupo jihadista tomaram o controle de seis localidades na província de Aleppo, no norte da Síria.
Mariane Roccelo/ Opera Mundi