O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, alertou nesta quinta-feira (19/11), na Assembleia Nacional de Paris, que o país sofre riscos de atentados químicos e biológicos.
Não podemos descartar nada. Digo com toda a precaução necessária. Mas sabemos e mantemos em mente que também há um risco de armas químicas ou bacterianas”, disse Valls. “A imaginação macabra dos mentores não tem limites”, completou.
O alerta vem em meio à tentativa do premiê de conseguir apoio dos parlamentares para que seja aprovada um novo projeto de lei que prolongue o estado de emergência na nação. Trata-se de uma medida defendida e anunciada desde domingo (15/11) pelo presidente, François Hollande, e que será votada na sexta-feira (20/11).
EFE
Valls alertou para riscos perante Parlamento francês
“Esse projeto de lei é a resposta de uma França forte, que não se rende e que não se renderá jamais. É uma resposta rápida, democrática, face à barbárie. É a resposta eficaz do direito de um país livre, face a uma ideologia do caos”, argumentou Valls perante os deputados.
O projeto de lei, apresentado na quarta (18/11) ao Conselho de ministros, prevê uma série de mudanças, como estender por três o estado de emergência (que, segundo a Constituição francesa, deveria valer por até 12 dias). Outra alteração dá poderes às autoridades para proibir “associação ou encontros”, afetando inclusive mesquitas e grupos.
Todas essas decisões ocorrem cinco dias após uma onda de atentados reinvidicado pelo Estado Islâmico que assolou a capital francesa, matando 129 pessoas e ferindo mais de 350. Na última sexta (13/11), Paris foi alvo de ao menos seis ataques diferentes em diversos restaurantes, na casa de shows Bataclan e no Stade de France, onde ocorria um amistoso entre França e Alemanha, com a presença de Hollande.
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Suspeitos no subúrbio de Paris
Na manhã de terça, a polícia francesa realizou uma grande operação envolvendo mais de 100 homens em Saint-Denis, subúrbio de Paris. A ação acabou com dois suspeitos mortos – incluindo uma mulher-bomba -, um cão policial morto e sete agentes feridos.
A operação tinha o intuito de encontrar o suposto mentor dos atentados, Abdelhamid Abaaoud. Na tarde de ontem, o jornal norte-americano The Washington Post afirmou que o belga de origem marroquinta teria sido o suspeito morto pelos policiais franceses em Saint-Denis. Contudo, essa informação até agora ainda não foi confirmada pelas autoridades do país.
EFE
Situação em Saint-Denis ainda é tensa e sob vigilância: alguns moradores foram evacuados
Operação na Bélgica
As autoridades belgas têm realizado uma investigação conjunta e operações coodernadas com os franceses na busca dos principais nomes envolvidos nos ataques de Paris, já que havia a confirmação de que ao menos dois terroristas viviam no país vizinho.
Na manhã desta quinta, a polícia belga realiza seis operações na capital, Bruxelas, relacionadas a Bilal Hadfi, um dos homens-bomba que detonou os explosivos perto do Stade de France, matando uma pessoa, anunciou a procuradoria federal.
“As operações têm um vínculo direto com Bilal Hadfi”, disse um porta-voz da procuradoria à AFP, antes de informar que acontecem nos bairros de Molenbeek, Jette e Uccle . “É um processo que já existia, depois da viagem de Hadfi para a Síria”, completou.