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As negociações de paz na Colômbia deveriam garantir às FARC o direito de formarem um partido político?
NÃO
Não se deve dar o “direito” às FARC de formar um partido político. Da mesma forma que esse desacerto lhes concederia à força impunidade total, inclusive em relação a seus crimes de lesa-humanidade, não é mais que uma estratégia contemplada por estes terroristas para chegar ao poder – o que chamamos de “combinação de todas as formas de luta”, algo que vem sendo implementado desde 1964 e tem sido guiado a partir de Havana, pelos assassinos irmãos Castro.
As FARC já têm claro que jamais poderão tomar o poder por meio da luta armada. Esta é somente uma necessidade para dissimular que, na realidade, são uma poderosa organização criminosa dedicada ao narcotráfico, à mineração ilegal, ao sequestro e à extorsão com fins econômicos. O que não significa que tenham deixado de lado as diretrizes castro-comunistas de se apropriar completamente do controle do Estado, o que faria da Colômbia uma outra Cuba, uma nação arruinada cujas finanças se transformariam em trocados nos bolsos dos tiranos da vez, esses multimilionários que há tempos financiam as FARC sabendo que o projeto comunista os enriqueceria fabulosamente, eles que já são donos da economia colombiana.
O projeto que permitiria às FARC participar da política é apoiado por esses perversos e poderosíssimos industriais e banqueiros, que mediante pagamentos a seus congressistas e fazendo propaganda enganosa dessa macabra iniciativa nos grandes meios de comunicação — que também lhes pertencem — maquiam a iniciativa como se fosse um caminho para a paz e para a reconciliação nacional quando, na realidade, é o caminho para a hecatombe total e para a entrada do nosso país no comunismo internacional que, há que dizê-lo, é financiado por estes mesmos oligopólios.
A esquerda, incluindo o braço armado das FARC e de outros grupos, não luta por um socialismo ou um comunismo etéreo, benfeitor dos humildes; luta por um comunismo totalitário, um modelo político e econômico para benefício de uns poucos.
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Conceder estes privilégios políticos às FARC é repetir o erro que se cometeu com os terroristas do M-19. Eles tiveram indulto e foram anistiados. Em seguida, os bandidos tiveram acesso à política com grandes privilégios. Entraram no Congresso da República, em embaixadas, ministérios, controlaram o Ministério Público, os tribunais de justiça, a imprensa, as universidades, os organismos de inteligência e até certos setores da instituição militar. Nestes cargos, dedicaram-se com bastante êxito a perseguir e prender os militares que combateram seu marxismo assassino no passado. Com o Ministério Público em seu poder, conseguiram falsos depoimentos dos militares, e lhes deram processos infames que seus camaradas, já convertidos em juízes, sentenciaram sem pudor condenando inocentes. E os meios de comunicação serviram como escreventes da infâmia, mentindo para a opinião pública.
Agência Efe
Parede em Caracas pintada com o rosto do fundador das FARC, o colombiano Manuel Marulanda Vélez, o “Tirofijo”
Para completar, também se apropriaram da verdade história. Deram-lhes a função de reconstruir a memória histórica e falsearam a realidade. Suas mentiras se transformaram em verdades oficiais que são ensinadas em todas as escolas e universidades.
Assim, não se deve dar às FARC nenhuma prerrogativa. É necessário combater os terroristas com as armas da República, eles devem ser julgados e presos. Em vez de fazer vista grossa, a democracia deveria fazer frente ao marxismo em todas as suas formas e lutar com afinco pela defesa dos valores e princípios democráticos para que não continuem permitindo que estes vermes intestinais continuem devorando nossa democracia de dentro pra fora.
O exemplo macabro do M-19 está em nossa vida diária. Repetir o erro com as FARC aceleraria nosso caminho em direção ao matadouro.
Não nos enganemos. A subversão marxista não é mais que uma organização criminal a serviço dos donos do poder financeiro.
Ricardo Puentes Melo é jornalista, membro do Centro de Pensamento Primero Colombia e diretor do portal “Periodismo Sin Fronteras”. @ricardopuentesm
(1) O M-19 foi um movimento de oposição surgido na Colômbia nos anos 70 e que entregou suas armas no final da década de 80.
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