Combinando questões gerais e outras bastante pessoais, Opera Mundi traz o especial A Pandemia no Mundo. O objetivo é verificar o impacto da covid-19 em diferentes países. Trata-se de uma enquete: as mesmas 27 perguntas são repetidas para moradores deles, de modo que as respostas possam ser acompanhadas e comparadas.
Quando a pandemia começou, dizia-se muito que o coronavírus era “democrático”, atacando igualmente pobres e ricos, brancos, asiáticos e negros, homens e mulheres.
O que a realidade mostrou é que os pobres são mais vítimas da covid-19, como a condução das políticas de saúde por governos de todo o mundo resultou em radicais diferenças no número de contaminados e de mortos.
Quem responde as perguntas hoje é Gabriela Michelotti, de Bruxelas.
1. Descreva o grau máximo de isolamento social praticado onde você está.
No auge do lockdown, só dava pra ir andar no parque ou de bicicleta pela cidade, e ir ao supermercado.
2. Quando começou sua quarentena?
16 de março.
3. Quem está com você?
Meu marido.
4. É fácil conviver assim?
Sim.
5. Quando você sai de casa?
Atualmente a vida voltou ao normal, exceto por restaurantes, bares, academias e escolas, que continuam fechadas. Em lojas e transporte público, é obrigatório uso de máscaras. No início só saia uma vez por dia para correr no parque. Agora já é possível encontrar alguns amigos.
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6. Teve ou conhece alguém no país em que está que teve covid-19?
Sim, amigos e conhecidos de conhecidos, mas não muitas pessoas. Nenhum caso grave.
7. Como viu a ação do governo do país em que está em relação ao coronavírus?
Muito boa, a Bélgica entrou em lockdown junto com a França, quando a epidemia aqui estava ainda no início. Dessa forma conseguiram controlar bem a situação, apesar de ser um país pequeno com uma alta taxa de infecção. As maiores críticas foram em relação à falta de testes e à falta de controle nas casas de repouso. Eles adotaram a política de contabilizar nas estatísticas mortes suspeitas, e não só confirmadas, o que deu um panorama real da dimensão da epidemia. O relaxamento do confinamento está sendo feito de forma controlada. Há ajuda financeira para setores afetados.
8. Ela mudou muito com o tempo?
Sim, a primeira-ministra adotou algumas medidas após pressão social e críticas.
9. Você está neste país por que motivo?
Trabalho.
10. Acompanhou a situação brasileira?
Sim.
11. A embaixada brasileira se comunicou com você ou com pessoas que você conheça?
Não.
12. O governo brasileiro ofereceu algum tipo de ajuda?
Não, mas também não pedi.
13. Como você acompanha as notícias do Brasil?
Pela Internet.
14. Gostaria de voltar ao Brasil? Por quê?
Sim, para visitar minha mãe.
15. Sua vida profissional mudou durante a pandemia? Como?
Sim, agora estou trabalhando de casa.
16. Sua vida afetiva (inclusive sexual, se quiser tratar disso) mudou durante a pandemia? Como?
Não.
17. Você engordou, emagreceu ou manteve o peso?
Mantive o peso.
18. Você bebe mais ou menos durante a pandemia?
Igual.
19. O que tem feito para ocupar o tempo durante a quarentena?
Corridas, TV, jardinagem, leitura.
20. Desenvolveu, voltou a praticar ou abandonou algum hobby durante a pandemia?
Voltei a fazer jardinagem.
21. Desenvolveu, voltou a praticar ou abandonou algum vício durante a pandemia?
Durante o lockdown, comprei um maço de cigarro. Mas só fumei um em 10 dias e não comprei mais.
22. Tem realizado atividades para cuidar da saúde mental durante a pandemia?
Atividades físicas.
23. A pandemia fez com que você mudasse seu posicionamento político?
Não.
24. Se pudesse dar um conselho a você mesmo antes de entrar em quarentena, qual seria?
Mantenha a rotina, faça exercícios ao ar livre e não fique com medo de se contaminar com atividades ao ar livre ou ida ao supermercado. Quando se mantém a distância segura, não há risco grande de se contaminar nessas atividades.
25. Você tem lido mais ou menos notícias durante a pandemia? Como é sua relação com o noticiário?
Acompanho as notícias da pandemia por vários veículos em diversas línguas.
26. Como está a questão do abastecimento de insumos no país em que você está?
Não houve desabastecimento.
27. Como está o relacionamento com sua família? Melhorou? Piorou?
Igual.