A curva de contágios pelo novo coronavírus sobe na Argentina. Desde o dia 21 de março, o país registra diariamente mais de 500 novos casos. Nos últimos 5 dias, foram mais de 600 novos contágios diários, sendo 796 no dia 30 de maio. Autoridades de saúde de Buenos Aires, epicentro da doença no país, defendem que é o momento de retroceder e endurecer as restrições.
A Argentina tem, até o momento, 16.851 casos de contaminação, sendo que 10.789 ainda estão ativos e 5.521 recuperados, e 541 mortes. O país tem 44,5 milhões de habitantes e decretou quarentena total e obrigatória no dia 20 de março.
Diferente do Brasil, na Argentina os estados são chamados de “províncias” e possuem ministros específicos. O ministro da Saúde da província de Buenos Aires, Daniel Gollán, alertou no domingo (31/05) sobre os riscos do fim da quarentena obrigatória. Nesta segunda-feira (01/06), foi a vez do vice-ministro, Nicolás Kreplak, de reforçar o alerta.
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Ambos defendem que, com o aumento dos casos de contaminação, o mais prudente seria aumentar as restrições e retroceder de fase na abertura gradual, que vem sendo feita há três semanas. Desta forma, a região passaria da fase 3 (onde se permite a circulação de 50% das pessoas) para a fase 2 (onde apenas 25% das pessoas podem circular).
Casa Rosada
Argentina tem, até o momento, 16.851 casos de contaminação, sendo que 10.789 ainda estão ativos e 5.521 recuperados, e 541 mortes
“Se a quarentena for suspensa, em 15 ou 20 dias começaremos a ver as imagens de Nova York, Manaus, Itália ou Espanha, com cadáveres empilhados em câmaras frigoríficas ou em residências de idosos”, afirmou Gollán.
“Você precisa retroceder de fase. Estamos na parte ascendente da curva. Quando os casos começam a dobrar, a curva deve ser achatada. Agora, temos de implementar medidas de contenção que reduzam o número de infecções”, disse Kreplak, ao defender que na região metropolitana de Buenos Aires, apenas trabalhadores de serviços essenciais deveriam ser autorizados a sair de casa.
Kreplak chamou a atenção também para o fato de que o tempo de duplicação de casos está cada vez mais curto e que o sistema de saúde está cada vez mais saturado. “Até setembro não esperamos boas notícias da epidemia em termos de contágios”.
No entanto, o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, afirmou nesta segunda-feira que a decisão de retroceder ainda não foi tomada. “É uma opinião de um ponto de vista médico e epidemiológico. Ao que ele (Kreplak) se refere é uma realidade. Se os casos aumentarem, as restrições deverão ser maiores. Ainda não fizemos a avaliação necessária”.
O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, descartou a hipótese de retroceder de fase e voltar a endurecer medidas. “Não temos nada definido. Temos cinco dias para ver e analisar a curva e sua dimensão”.
Autoridades da província e do governo devem se reunir no fim da tarde de hoje para determinar quais serão as ações a serem tomadas.