O Brasil aparece no 91º lugar em um ranking que avalia o nível de segurança e o fator de risco para o coronavírus. A classificação foi realizada pelo Deep Knowledge Group, um consórcio de empresas e organizações sem fins lucrativos, que analisou 200 nações.
Em 91º lugar, o Brasil fica atrás do Sri Lanka, Bangladesh e Mongólia. Com uma pontuação de 470, figura entre os que estão no terceiro pior nível de segurança – de um total de quatro –, muito atrás da Suíça, que foi considerado o país mais seguro no mundo em se tratando de covid-19. O Sudão do Sul aparece em último lugar. Já a França está na 60ª posição.
“Algumas das maiores regiões econômicas da América do Sul, como o Brasil, têm sido comparativamente lentas para impor medidas de lockdown por medo de repercussões econômicas e, no final de maio, viram rápidos aumentos nas taxas de crescimento de covid-19, com o Brasil subindo em um período muito curto de tempo para a segunda posição no mundo em número total de casos”, diz o relatório “Avaliação de Segurança Regional da covid-19”, de 250 páginas, da Deep Knowledge Group.
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A pontuação de 470 do país foi obtida somando os números de seis categorias analisadas (eficiência de quarentena, eficiência governamental, monitoramento e detecção, prontidão para cuidados de saúde, resiliência regional e preparação para emergências).
Os 200 países analisados foram separados em quatro grupos. O Brasil está no terceiro, onde figuram aqueles que “deveriam ter pontuado bem dado os seus recursos de saúde, governamental e gestão de crises, mas que, na prática, se classificaram muito abaixo do esperado (ou seja, territórios que falharam no teste de estresse crítico, mas que tinham capacidade teórica de superá-lo)”.
O Brasil contabiliza atualmente 38.497 mortos por coronavírus e o número de casos confirmados passa de 742 mil, de acordo com o consórcio de imprensa.
Planalto
‘Algumas das maiores regiões da América do Sul, como o Brasil, têm sido lentas para impor medidas de lockdown’, aponta relatório
De acordo com o estudo, Suíça e Alemanha alcançaram, respectivamente, a primeira e a segunda posições do ranking devido à resiliência de suas economias e pela maneira cuidadosa em que estão tentando relaxar o lockdown, sem sacrificar a saúde pública e a segurança.
“Tanto a Suíça quanto a Alemanha estavam muito próximas dos principais epicentros da propagação inicial do covid-19 na Europa e experimentaram volumes bastante significativos de disseminação da infecção e mortalidade no início do cronograma geral da pandemia. No entanto, à medida que as taxas de mortalidade e novos casos continuam diminuindo nesses territórios, e à medida que começam a relaxar as medidas de lockdown e reiniciar a atividade econômica, está claro que eles superaram um teste de estresse crítico, conseguindo aplicar esforços de quarentena rápidos e eficientes, monitoramento e detecção, tratamento efetivo, recuperação e liberação de pacientes com covid-19 para evitar sobrecarga de seus sistemas de saúde”, informa o relatório, baseado em 130 parâmetros qualitativos e quantitativos.
Na Suíça, foram registrados mais de 30 mil casos de coronavírus e o número de mortes passou de 1.600, segundo a OMS. A flexibilização do isolamento, que durou mais de um mês, foi feita em três etapas, com a reabertura de serviços essenciais nos primeiros momentos.
A avaliação do Deep Knowledge Group levou em conta dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Worldometers, Universidade Johns Hopkins e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).