Uma série de protestos ocorre em cidades chinesas desde o fim de semana por conta da política de “covid zero” imposta por Pequim pela nova onda da pandemia que atinge o país. Apesar da maior parte da população estar vacinada, o governo ainda impõe lockdowns em áreas de surto.
Nesta segunda-feira (28/11), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, reafirmou o posicionamento do governo em relação à política contra o novo coronavírus, afirmando que a “luta contra a epidemia será um sucesso”.
Há cinco dias consecutivos, a China vem registrando uma alta no número de casos diários, que bateram todos os recordes nacionais da pandemia. No último boletim divulgado, na manhã desta segunda-feira, foi informado que 40.052 novas infecções foram registradas.
No entanto, as medidas para evitar a disseminação – que incluem a proibição de sair de casa sem ter um motivo justificado e sem a autorização de uma autoridade local – já são recebidas com esgotamento pela população.
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Na manhã desta segunda-feira, foi informado que 40.052 novas infecções foram registradas na China
Confrontos entre cidadãos e policiais foram registrados durante o fim de semana, mas ninguém se feriu com gravidade. Alguns manifestantes chegaram a levar cartazes com a frase “Xi Jinping: renuncie”, em referência ao presidente que acabou de assumir um inédito terceiro mandato.
Em Urumqi, capital da província de Xinjiang, o governo voltou atrás em algumas medidas e permitiu, por exemplo, que os moradores possam usar o transporte público para fazer compras em seus bairros de moradia. Há semanas os civis estavam apenas recebendo as entregas de alimentos feitos pelo governo.
A cidade também protestou por conta de um incêndio que destruiu um prédio residencial, matando 10 pessoas. Segundo os moradores, as medidas podem ter impedido um auxílio mais rápido dos socorristas, o que provocou mais vítimas. Neste domingo (27/11), jovens fizeram uma vigília pelos falecimentos.
(*) Com Ansa.