Pesquisadores da Holanda e da Bélgica anunciaram nesta terça-feira (25/08) que foram registrados mais dois pacientes reinfectados pelo novo coronavírus.
Segundo a virologista Marion Koopmans, citada pela emissora NOS, o paciente holandês é um idoso com o sistema imunológico debilitado. “Todas as infecções por Sars-CoV-2 têm uma impressão digital diferente, um código genético”, explicou ela, ressaltando que é preciso acompanhar os pacientes ao longo do tempo para definir a frequência das reinfecções.
Koopmans ainda informou que “as pessoas podem carregar alguma coisa consigo por muito tempo após uma infecção, e ocasionalmente secretar um pouco de RNA”.
Já na Bélgica, o caso de reinfecção foi diagnosticado em uma mulher da cidade de Leuven, três meses após sua primeira contaminação, explicou o virologista belga Marc Van Ranst.
A paciente apresentou sintomas leves e, de acordo com o especialista, o código genético do vírus foi identificado em ambas as infecções. “Existem, de fato, diferenças suficientes para se poder falar em outra infecção”, disse.
Van Ranst também disse que é possível “nos próximos dias” aparecerem “outras histórias semelhantes”. “Essas podem ser exceções, mas existem e não são apenas uma. Não é uma boa notícia”, completou.
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Na Bélgica, a covid-19 foi diagnosticada pela segunda vez em uma mulher três meses após sua primeira contaminação
O anúncio dos países europeus vem um dia após Hong Kong confirmar o primeiro caso do tipo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a reinfecção é possível, mas os casos não parecem ser comuns.
No Brasil, por sua vez, pelo menos 20 casos suspeitos de reinfecção pelo coronavírus são analisados. Somente no estado de São Paulo são 16, sendo 7 no Hospital das Clínicas e 9 na faculdade de medicina da USP em Ribeirão Preto. Outros quatro casos são investigados na Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Hong Kong
Nesta segunda-feira (24/08), cientistas de Hong Hong confirmaram o primeiro caso de reinfecção do novo coronavírus em um homem de 33 anos. Segundo os pesquisadores do país, o paciente teria testado positivo para a covid-19 pela segunda vez depois de quase cinco meses após o primeiro contágio. A doença foi detectada por meio de exames realizados no aeroporto de Hong Kong, em 15 de agosto, quando ele voltou de uma viagem à Espanha.
De acordo com a nota, o homem apresentou apenas sintomas leves, como tosse, febre e dor de garganta, ao ser contaminado pela primeira vez, em 26 de março. Já na segunda, ele está assintomático.
“Este caso mostra que a reinfecção pode ocorrer alguns meses após a cura da primeira contaminação. Nossos resultados sugerem que o Sars-CoV-2 pode persistir na população como outros coronavírus humanos, como o da gripe, mesmo que os pacientes adquiram imunidade por meio de infecção natural ou vacinação”, aponta os cientistas em comunicado.
(*) Com Ansa.