A França resolveu nesta sexta-feira (24/07) reforçar o controle dos viajantes provenientes de 16 países onde a epidemia de coronavírus ainda está muito ativa, entre eles o Brasil e os Estados Unidos, impondo a realização de testes a todos os passageiros. Como as fronteiras com esses países ainda estão fechadas, a medida vale, por enquanto, apenas para franceses que voltam para casa ou estrangeiros residentes na França.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro francês, Jean Castex, durante uma visita ao aeroporto parisiense de Roissy-Charle de Gaulle, o maior do país. A generalização dos testes começará a ser implementada rapidamente em todos os aeroportos e portos franceses e estará operacional até o dia 1° de agosto. Somente no aeroporto de Roissy 3.000 testes serão realizados por dia.
A medida visará os viajantes oriundos dos 16 países considerados de risco. Na lista, além do Brasil e dos Estados Unidos, estão ainda África do Sul, Argélia, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Índia, Israel, Kuait, Madagascar, Omã, Panamá, Peru, Sérvia e Turquia.
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World Bank / Henitsoa Rafalia
Medida visará os viajantes oriundos dos 16 países considerados de risco
O governo aconselha os viajantes a fazer o teste antes de embarcar e apresentá-lo na chegada na França para agilizar os trâmites. As pessoas que não tiverem o documento com o resultado, serão sistematicamente testadas. Os casos positivos deverão obedecer a uma quarentena de 14 dias. Quem se recusar a fazer o teste também ficará em isolamento.
Jean Castex justificou que esse dispositivo “é indispensável diante da retomada da circulação do vírus na França”. No entanto, especialistas franceses consideram a medida insuficiente. Eles ressaltam que novos focos são descobertos a cada dia e que é necessário fazer uma campanha de testes maciça de toda a população para evitar uma segunda onda da epidemia.
Evitar a Catalunha
O primeiro-ministro francês também abordou o caso particular da Catalunha, que teve uma alta espetacular do número de contaminados e resolveu colocar novamente em quarentena parte da população. Ele recomendou aos franceses para evitar a região espanhola enquanto a situação sanitária não melhorar.
A fronteira entre os dois países permanecerá aberta, mas Paris discute com Madri medidas para reduzir ao máximo a circulação de pessoas entre a Espanha e a França.