O diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, disse nesta segunda-feira (22/06) que os números de casos do novo coronavírus no Brasil podem estar subestimados, pois a taxa de testes que dão resultados positivos para a doença é de 31%.
Ryan afirmou que o grande número de casos positivos do Brasil para o novo coronavírus “não reflete testes exaustivos”, mas que, provavelmente, “subestima o número real de casos”.
De acordo com as informações do diretor-executivo, essa porcentagem indica, geralmente, que “há mais casos por aí do que relatados”. Ryan aponta que em países onde a testagem da covid-19 é alta, a taxa de positividade cai para 5%.
“Tendemos a ver que a taxa de positividade cai, geralmente para 5% ou menos, nos países que estão detectando todos os seus casos e testando demais”, disse.
Reprodução
Michael Ryan aponta que em países onde a testagem da covid-19 é alta, a taxa de positividade cai para 5%
Segundo o mapa da Universidade Johns Hopinks, o Brasil contabiliza 1.106.470 casos e 51.271 mortes em decorrência da covid-19. Para o diretor-executivo, é necessário prestar atenção aos números, e aos casos confirmados nas últimas 24 horas, pois podem indicar que o país esteja com subnotificações.
Além de o Brasil contabilizar uma alta de 25% no casos, Ryan afirmou que a região da América Latina também sofreu aumentos, apontando que o Chile registrou um incremento de 41%, Argentina, de 38%, Colômbia, de 35%, Bolívia, de 33%, Venezuela, 25%, Guatemala, 39% e Honduras, 38%.
“Então, o que estamos vendo ainda na América Latina é uma epidemia em evolução na região, que está afetando todos os países. E, certamente, o Brasil é o país mais populoso que está profundamente afetado”, disse.