O diretor-geral do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev, repudiou nesta quinta-feira (16/07) as acusações feitas por Reino Unido, EUA e Canadá de que hackers russos teriam roubado dados com informações de uma vacina contra o novo coronavírus.
Em entrevista à Times Radio, Dmitriev afirmou que tais acusações seriam uma “tentativa de manchar a reputação” das descobertas russas contra a covid-19.
“Acho que toda essa história é uma tentativa de manchar a reputação da vacina russa por algumas pessoas que têm medo de seu sucesso, porque a vacina russa pode ser a primeira no mercado e potencialmente a mais eficaz”, disse o chefe do RDIF. O Fundo foi criado em 2011 pelo presidente Vladimir Putin para agir como co-investidor direto em empresas russas e globais.
Na manhã desta quinta-feira, o Centro Nacional de Segurança Cibernética da Inglaterra alegou que diversos sistemas sobre pesquisas medicinais de vários países foram alvos de invasão por um grupo chamado APT29. Segundo o órgão britânico, é “quase certeza” que esse grupo faz parte da inteligência russa. Além de Londres, os Estados Unidos e o Canadá também acusaram a Rússia.
O diretor-geral da RDIF afirmou que tais acusações foram feitas sem qualquer evidência e que não há “necessidade de roubar” qualquer tipo de informação de Londres, já que a vacina de Oxford também será produzida na Rússia.
“Não há necessidade de 'roubar' nada de Oxford porque a AstraZeneca já está em discussão com uma das empresas do nosso portfólio R-Pharm para produzir as vacinas de Oxford na Rússia. Portanto, não é necessário roubar, não são necessários segredos. Tudo já foi entregue à R-Pharm, nossa empresa de portfólio, que produzirá as vacinas Oxford AstraZeneca na Rússia”, declarou Dmitriev.
Kremlin
Kirill Dmitriev declarou que tais acusações foram feitas sem qualquer evidência e afirmou que não há ‘necessidade de roubar"
Vacina
Ainda nesta quinta, o chefe do fundo russo disse à agência Reuters que o país planeja produzir 30 milhões de doses de uma vacina ainda experimental contra o novo coronavírus.
De acordo com Dmitriev, a Rússia tem o potencial para fabricar mais 170 milhões de doses fora do país.
“Acreditamos que, com base nos resultados atuais, ela será aprovada na Rússia em agosto e em alguns outros países em setembro, o que pode torná-la a primeira vacina do mundo a ser aprovada”, disse à agência.
Ainda em agosto, a fase 3, que testará o remédio em milhares de pessoas, deve ser realizada na Rússia e em dois países do Oriente Médio.