Em rápida visita de Estado à China nesta sexta-feira (04/11), o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu ao presidente Xi Jinping que “use sua influência para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Eu pedi ao presidente chinês que a China use sua influência sobre a Rússia. Isso refere-se à necessidade de respeitar os princípios da Carta da ONU que todos nós assinamos. Tratam-se de princípios como o da soberania e da integridade territorial, importantes também para a China”, disse Scholz.
Conforme a mídia chinesa, Xi convidou a comunidade internacional a “rejeitar o uso e a ameaça das armas nucleares” para evitar uma “crise no continente euroasiático” quando comentou a necessidade de impedir uma escalada ainda maior na guerra da Ucrânia.
Moscou tem nos chineses atualmente seus mais importantes aliados. Porém, apesar de não condenar claramente a guerra, Pequim não enviou armamentos para os russos e sempre defendeu a “integridade territorial”.
Scholz ainda afirmou aos jornalistas que “a Alemanha e a China são contrárias ao uso de qualquer arma nuclear na guerra na Ucrânia” e afirmou que no país asiático “todos sabem que uma escalada da guerra na Ucrânia teria consequências para todos nós”.
“Por isso, é muito importante para mim destacar que todos dizem claramente que uma escalada por meio do uso de armas nucleares táticas está excluída”, pontuou ainda o alemão.
Twitter/Olaf Scholz
Relações diplomáticas entre Alemanha e China completam 50 anos em 2022
Paz e desenvolvimento
Na declaração formal após o encontro, Xi Jinping afirmou que a situação internacional “é complexa e mutável” e que potências como os dois países “precisam colaborar em tempos de mudança e caos para dar maiores contribuições à paz e ao desenvolvimento mundial”.
Lembrando que as relações diplomáticas entre Alemanha e China completam 50 anos em 2022, Xi ainda afirmou que “se forem mantidos os princípios de respeito recíproco, de pesquisa no terreno comum, de mudanças e de aprendizado mútuo, a direção das nossas relações não será desviada e o ritmo de avanço será estável”.
A China ainda pediu que a Alemanha rejeite “confrontos entre blocos e as interferências animadas por ideologias” nas relações bilaterais e a seguir com uma “política positiva” em relação a Pequim.
Já sobre a União Europeia, Xi destacou que seu país “sempre considerou” a Europa como um parceiro estratégico global, apoiando a autonomia estratégica e esperando “ver uma Europa estável e próspera”.
“Que as relações não sejam colocas na mira, subjugadas ou controladas por terceiros. Continuemos a tornar maior a lista de interesses comuns, explorando o potencial de cooperação sobre novas energias, inteligência artificial e digitalização”, acrescentou.
(*) Com Ansa