Atualizada às 15h46
A diplomata brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo foi protagonista nesta sexta-feira (15/03) de uma discussão com o ex-deputado federal Jean Wyllys, que participava de um evento na ONU (Organização das Nações Unidas) em Genebra, Suíça. Ela se retirou da sala e se recusou a ouvir resposta do ex-parlamentar, que participava da mesa de discussão. O relato é do jornalista Jamil Chade, em seu blog no UOL.
Wyllys criticou a postura antidemocrática da embaixadora e denunciou a ligação da família Bolsonaro com milicianos investigados pela morte de Marielle Franco. Ela deixou a sala gritando que a presença do ex-parlamentar na ONU “envergonha o Brasil”.
Barraco na ONU promovido pela embaixadora do Brasil que se recusou a ouvir a resposta de Jean Wyllys. pic.twitter.com/kB8XP8TByv
— Jamil Chade (@JamilChade) 15 de março de 2019
“Senhora embaixadora, ouça a minha resposta. (…) O fato de a senhora ter saído do seu lugar e vir com discurso pronto para essa sala é sintoma mesmo de que minha presença aqui amedronta a senhora e o seu governo, que não tem compromisso com a democracia”, disparou Wyllys.
“Sobretudo no momento em que a imprensa revela ligações entre organizações criminosas, os assassinos de Marielle Franco e a família do presidente da República”, acrescentou.
A diplomata passou a repetir que Wyllys não amedronta o governo, mas “envergonha” sua imagem. “A sua presença aqui envergonha o Brasil”, disse, antes de abandonar a reunião.
“Outra questão importante é que ele faz elogio e apologia à tortura. A tortura é um crime de lesa-humanidade, não deveríamos tolerar em hipótese alguma, sobretudo em governos que se autoproclamam democráticos. Obrigado.” Wyllys foi aplaudido ao final.
Após a confusão, Jean Wyllys conversou com Jamil Chade: “A única coisa verdadeira da embaixadora era seu colar de pérola”.
Pelo Twitter, a representação brasileira em Genebra disse que estava defendendo a democracia brasileira – e destacou o fato de que Wyllys estava vestindo vermelho. “No Conselho de Direitos Humanos hoje, ao lado da Senadora Mara Gabrilli, defendemos a democracia brasileira e suas instituições. Na mesa, ex-deputado, vestido de vermelho, mostra sua incapacidade de aceitar o resultado das urnas.”
No Conselho de Direitos Humanos hoje, ao lado da Senadora Mara Gabrilli, defendemos a democracia brasileira e suas instituições. Na mesa, ex-deputado, vestido de vermelho, mostra sua incapacidade de aceitar o resultado das urnas. #maragabrilli #Democracia pic.twitter.com/rTxhdVTIca
— DelBrasGENEBRA (@BrasDel) 15 de março de 2019
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