O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou nesta quarta-feira (02/09) novas restrições contra atividades de diplomatas chineses nos EUA.
Segundo Pompeo, as medidas são uma forma de “reciprocidade” diante de restrições impostas aos diplomatas norte-americanos na China.
“Diplomatas americanos na China enfrentam barreiras constantes ao seu trabalho. Hoje, o Departamento de Estado impôs novos requisitos aos diplomatas seniores da República Popular da China que conduzem reuniões e eventos nos EUA. Sempre defenderemos um tratamento justo de nossos diplomatas no exterior”, disse o secretário.
Washington passará a exigir que diplomatas chineses solicitem autorização prévia para visitar universidades, realizar eventos culturais com mais de 50 pessoas fora dos escritórios diplomáticos e se reunirem com funcionários dos governos regionais, como prefeitos e governadores.
O Departamento de Estado dos EUA também explicou sua intenção de tomar todas as medidas necessárias para garantir que as contas oficiais da Embaixada da China e das redes sociais consulares sejam “devidamente identificadas como contas do governo da China, uma vez que a Embaixada dos EUA não tem acesso irrestrito às mídias sociais na China e os cidadãos chineses são impedidos de usar o Twitter e Facebook, entre outras plataformas de mídias social”.
Até a publicação desta reportagem, o governo chinês não havia se pronunciado sobre a decisão.
US Department of State/Flickr
Medidas foram anunciadas pelo secretário de Estado Mike Pompeo
China e eleição nos EUA
Trump tem tentado tornar a China um dos assuntos centrais de sua campanha à reeleição, e usa o tema para atacar o rival democrata Joe Biden.
No discurso na convenção do partido, na semana passada, o republicano voltou a fazer uma relação entre Biden e China – constantemente alvo de ataques no Twitter mesmo que não haja nenhuma prova de correlação – e disse que a agenda do rival é “Made in China e a minha é Made in USA”.
O próprio Trump, assim como Pompeo, se referem ao coronavírus como “vírus chinês”.
“A China será dona do nosso país se Joe Biden se eleger. Diferentemente dele, eu vou fazê-la completamente responsável pela tragédia que causaram”, disse, referindo-se à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).