O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, inicia nesta terça-feira (20/06) sua viagem diplomática à Itália, com reuniões marcadas com o papa Francisco, o presidente do país, Sergio Mattarella, e com a primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni.
Lula embarcou na noite de da última segunda-feira (19/06) da Base Aérea de Brasília. Sua agenda também contempla nesta terça um encontro com o professor Domenico De Masi, catedrático da Universidade La Sapienza e especialista em sociologia do trabalho, de acordo com agenda divulgada pelo Palácio do Planalto.
Essa é a primeira visita de Lula à Itália e a terceira à Europa desde o inicio de seu terceiro mandato, em janeiro.
Na quarta-feira (21/06), o governante será recebido pelo presidente Mattarella e pelo papa Francisco. O encontro com Meloni foi confirmado no início da tarde desta terça, por meio de um comunicado do Itamaraty. Antes da confirmação, o governo do Brasil havia apontado para problemas de agenda entre os dois mandatários.
'Convergências' entre Lula e Papa
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que Lula e o Papa Francisco têm posições “convergentes” em vários temas que devem ser tratados em sua reunião nesta quarta-feira (21/06) no Vaticano.
“Serão discutidos assuntos de interesse global e de interesse regional, porque o próprio Papa tem interesse nessas matérias, como a guerra na Ucrânia, que seria um dos temas que provavelmente eles trocarão perspectivas e ideias”, afirmou a embaixadora Maria Luisa Escorel, responsável pela Secretaria de Europa do Itamaraty.
“Nosso presidente também terá um encontro com o arcebispo Edgar Peña Parra, que é o substituto da Secretaria de Estado, com quem estão previstos vários temas, desde como a Igreja pode apoiar as políticas do governo em termos de justiça social até Venezuela, Nicarágua, Cuba e Ucrânia”, informou Escorel.
Twitter/Lula – Foto de Ricardo Stuckert
Essa é a primeira visita de Lula à Itália e a terceira à Europa desde o inicio de seu terceiro mandato
O presidente brasileiro destacou ontem suas convergências com Jorge Bergoglio, a quem definiu como o Papa “mais comprometido com o povo humilde do mundo”.
Ela acrescentou que os pontos de vista do governo e do Vaticano são similares “quando pensamos na eliminação da pobreza, nas desigualdades sociais, no desenvolvimento sustentável, no combate às injustiças sociais, à insegurança alimentar e à fome”.
Lula deve convidar o Papa para a romaria do Círio de Nazaré, uma das festas católicas mais populares do país, com cerca de 2 milhões de participantes a cada ano em Belém, no estado do Pará.
'Parceria estratégica'
No que diz respeito à reunião entre Lula e Mattarella, a embaixadora Escorel declarou que o encontro acontece no contexto de uma relação “estratégica” e como parte do “relançamento” da inserção do país na agenda internacional.
A diplomata destacou que a Itália é “um parceiro estratégico do Brasil desde 2007” e que os dois países têm mantido uma “relação intensa”.
Lula e Mattarella discutirão temas da agenda bilateral e também deverão falar sobre o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, uma vez que a Itália é um dos países que “apoia vivamente” esse pacto, destacou Escorel.
A embaixadora informou que após a reunião o presidente italiano oferecerá um almoço a Lula no Palácio do Quirinal.
Por fim, ela lembrou que a “última visita de um chefe de estado brasileiro à Itália ocorreu em 2015, com a presidente Dilma Rousseff, havendo um longo intervalo sem a visita de líderes brasileiros” ao território italiano.
Após passagem pela Itália e Vaticano, Lula viaja na quinta-feira (22/06) à França, onde terá um encontro com o presidente Emmanuel Macron às margens de um fórum sobre um novo pacto econômico global.
(*) Com Ansa