O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou nesta sexta-feira (02/12) que planeja viajar aos EUA para se reunir com o presidente norte-americano Joe Biden antes da posse, em 1º de janeiro.
Lula afirmou que na próxima segunda-feira chegará ao Brasil “um representante do presidente Biden” para “conversar e discutir a data” do encontro, que deve ocorrer depois de 12 de dezembro, quando o vencedor das eleições presidenciais brasileiras será diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Temos muitas coisas para conversar porque os Estados Unidos padecem de uma necessidade democrática tanto quanto o Brasil. O estrago que Trump fez na democracia norte-americana é o mesmo estrago que Bolsonaro fez no Brasil. Os dois pensam igual”, disse Lula nesta sexta.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, confirmou nesta sexta a jornalistas as tratativas do encontro.
“Esperamos dar as boas-vindas ao presidente Lula aqui no momento apropriado”, disse Kirby, ressaltando que quem irá ao Brasil na segunda-feira será o assessor de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan.
Twitter/Lula – Foto de Ricardo Stuckert
"Estados Unidos padecem de necessidade democrática tanto quanto Brasil", afirmou Lula
Sullivan se reunirá “tanto com membros do governo Bolsonaro quanto do futuro presidente, Lula”, detalhou o porta-voz.
Sobre os temas na agenda, Lula disse que quer conversar com Biden “sobre política, sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos, o papel do Brasil na nova geopolítica mundial, a guerra na Ucrânia, além dos assuntos que ele [Biden], obviamente, quiser conversar comigo”.
Lula confirmou a intenção de viajar aos Estados Unidos depois de o ex-ministro Fernando Haddad, um dos porta-vozes da equipe de transição, ter falado sobre a viagem.
Segundo Haddad, outro possível destino de Lula antes do final do ano será a Argentina, visita que foi confirmada pelo presidente argentino, Alberto Fernández.
Além de falar sobre encontro com Biden, Lula também disse que só pretende anunciar quem serão os ministros de seu futuro governo depois da diplomação, mas afirmou já ter a maioria dos nomes na “cabeça”.
“Tenho 80% do ministério na cabeça, mas não quero construir um ministério para mim, quero construir para as forças políticas que me ajudaram”, disse Lula.