A reunião desta segunda (24/04) do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) foi marcada por um duro enfrentamento verbal entre o secretário-geral da entidade, o diplomata português, António Guterres, e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
Em seu discurso, o chanceler russo defendeu uma renovação dos organismos da ONU que, segundo ele, “precisam se adaptar ao cenário atual das relações internacionais”.
Nesse sentido, a principal proposta de Lavrov é a de aumentar o número de vagas no Conselho de Segurança, tanto as permanentes quanto as provisórias, e permitir uma maior representação de países da África, Ásia e América Latina.
“Os países do mundo estão perdendo a fé no multilateralismo, devido às agressões econômicas dos países do Ocidente, que destroem os benefícios da globalização. Washington e seus aliados estão abandonando a diplomacia e exigindo que as disputas se trasladem ao campo de batalha e ao campo financeiro, ajudados pelos desequilíbrios que persistem dentro dos muros da ONU”, criticou o chanceler russo.
Tass
Chanceler russo Sergei Lavrov participou nesta segunda-feira (24/04) da reunião do Conselho de Segurança da ONU
Lavrov também afirmou que os Estados Unidos e a União Europeia formaram um “clube dos países que se acham mais importantes que a própria ONU”.
“O Ocidente é uma minoria de países que, sem a permissão de ninguém, se acha no direito de falar em nome de toda a humanidade”, acrescentou o chefe da diplomacia russa.
Na mesma reunião, Guterres fez um duro discurso contra a Rússia, acusando o país de “devastar a Ucrânia”, e a Lavrov de “tentar justificar os crimes de guerra” supostamente cometidos pelo exército do seu país.
“A invasão russa à Ucrânia violou a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, está causando enorme sofrimento e devastação nesse país e em todo o mundo”, alegou o secretário-geral da entidade.