O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou estar “profundamente triste” com a queda neste domingo do avião da Ethiopian Airlines, que deixou todas as 157 pessoas a bordo mortas, incluindo pelo menos 21 funcionários das Nações Unidas. A aeronave caiu logo após decolar da capital da Etiópia, Adis Abeba. O destino do voo era Nairóbi, no Quênia, onde teve início nesta segunda-feira (11/03) a Assembleia da ONU para o Meio Ambiente.
Segundo relatos da imprensa, o Boeing Boeing 737 Max 8 perdeu contato com as autoridades de controle do tráfego aéreo apenas seis minutos após alçar voo. Ainda de acordo com a mídia, o avião transportava passageiros de mais de 35 países.
Em pronunciamento, Guterres expressou “sua sincera solidariedade às famílias e entes queridos das vítimas, incluindo dos membros da equipe das Nações Unidas, bem como as suas sinceras condolências ao governo e ao povo da Etiópia”.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) perdeu sete profissionais, ao passo que a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e União Internacional de Telecomunicações (UIT) perderam dois funcionários. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) no Sudão, o Banco Mundial e a Missão de Assistência da ONU na Somália (UNSOM) perderam, cada uma, um membro de seus quadros. Outros seis funcionários do Escritório da ONU em Nairóbi faleceram.
Ainda não se sabe a causa do desastre. As condições climáticas eram boas e o avião veio ao solo num campo próximo a Bishoftu, em torno de 56 quilômetros ao sudeste da capital.
A ONU está em contato com as autoridades etíopes e “trabalhando estreitamente com elas para estabelecer os detalhes do pessoal das Nações Unidas que perdeu suas vidas nessa tragédia”, afirmou o secretário-geral.
Antes da abertura da Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, nesta segunda-feira, os participantes fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia.
“A comunidade ambiental está de luto hoje. Muitos dos que perderam as suas vidas estavam a caminho para dar apoio e participar da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente. Perdemos funcionários da ONU, delegados jovens que viajavam para a Assembleia, cientistas experientes, membros da academia e outros parceiros”, afirmou em comunicado a diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya.
A dirigente acrescentou que a Assembleia vai honrar as vítimas em seus esforços ao longo dessa semana.
Em sinal de respeito aos funcionários, passageiros e tripulantes que perderam suas vidas, todos os escritórios das Nações Unidas no mundo inteiro ergueram suas bandeiras a meio mastro nesta segunda-feira.
Dirigentes lamentam tragédia
Nas redes sociais, muitas autoridades seniores da ONU manifestaram tristeza quanto à tragédia. No Twitter, o brasileiro José Graziano da Silva, chefe da FAO, transmitiu “suas sinceras condolências às famílias em luto”, lembrando que um funcionário da sua agência estava entre as vítimas.
O diretor-executivo do PMA, David Beasley, afirmou que o programa “está de luto hoje”, acrescentando ainda que o organismo fará tudo que for “humanamente possível” para ajudar as famílias nesse momento doloroso. “Por favor, mantenham-nas nos seus pensamentos e nas suas preces”, tweetou o dirigente.
Em um pronunciamento divulgado mais tarde no domingo, Beasley pediu que todos reflitam “que cada um desses colegas do PMA estava dispostos a trabalhar longe de suas casas e entes queridos para ajudar a tornar o mundo um lugar melhor para se viver”. “Esse era o chamado deles, assim como é para o resto da família do PMA”, completou o chefe da agência.
Houlin Zhao, secretário-geral da UIT, expressou suas “sinceras condolências às famílias e amigos dos que perderam as suas vidas na queda do avião” e lembrou que dois profissionais do organismo estavam no voo. “Nossos colegas em Adis estão dando apoio às suas famílias nesse momento difícil”, completou o dirigente.
A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore, afirmou também pelo Twitter que “todos nós no UNICEF lamentamos a trágica perda de nossos colegas da ONU e todos os que morreram na queda da Ethiopian Airlines hoje”.
“Que eles descansem em paz. Nossos pensamentos estão com as suas famílias e entes queridos”, concluiu a dirigente.
O alto-comissário da ONU para Refugiados afirmou em comunicado de condolências que “o ACNUR sofreu hoje uma perda enorme”.
O diretor-geral da OIM, António Vitorino, expressou a sua mais profunda tristeza pelas mortes, incluindo a de uma jovem funcionária da Organização, Anne-Katrin Feigl, que estava a caminho de um treinamento em Nairóbi, como parte de suas funções enquanto profissional júnior.
Catherine Northing, chefe da missão da OIM no Sudão, onde Anne-Katrin trabalhava, descreveu a ex-funcionário como “uma colega extremamente querida e popular, comprometida e profissional”. A dirigente acrescentou que o “falecimento tráfico deixou um grande buraco, e todos nós sentiremos falta dela enormemente”.
Em nome do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), cuja sede fica em Nairóbi, a chefe do organismo, Maimunah Mohd Sharif, também expressou as “suas mais profundas condolências e preces” para a Etiópia e para as famílias dos passageiros e tripulantes.
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Aeronave semelhante à que caiu na Etiópia; ao menos 21 funcionários da ONU morreram no acidente