A presidente da Taiwan, Tsai Ing-wen, reuniu-se nesta segunda-feira (10/08) com o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, em um encontro histórico que irritou os chineses.
O representante de Washington é o primeiro a desembarcar no território desde 1979, quando os norte-americanos romperam as relações diplomáticas com Taipei para reconhecer o governo de Pequim como o único representante da China.
Alex Azar chegou a Taiwan neste domingo (09/08) e permanecerá na ilha até esta terça-feira (11/08). Entre os assuntos debatidos e divulgados, está a gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
“A resposta de Taiwan à covid-19 está entre as de maior sucesso no mundo e isso é um tributo à natureza democrática, aberta e transparente da sociedade e da cultura de Taiwan”, disse o secretário de maneira provocativa.
Para a China, a visita de Azar é uma ameaça para a “paz e a estabilidade” da região.
Tsai Ing-wen/Twitter
Azar (esq.) se encontrou com presidente taiwanesa Tsai Ing-wen (dir.)
Segundo dados do Centro Universitário Johns Hopkins, o país tem 477 casos da doença e sete mortes registradas.
Ing-wen, por sua vez, agradeceu o apoio norte-americano à entrada da ilha na Organização Mundial da Saúde (OMS) como observador – mas nada foi mencionado pelo fato de Donald Trump ter retirado seu país da organização.
Para os chineses, a visita do secretário é mais uma medida de provocação no atual clima de tensão entre Washington e Pequim. Até mesmo porque a presidente da ilha é vista como uma defensora da independência do território.
Além dessa nova atitude do governo Trump, os Estados Unidos vem atingindo os chineses em diversas esferas, que vão desde a economia, com ações contra a gigante chinesa de tecnologia Huawei e com a retirada do status especial de Hong Kong, até a política, com o fechamento do consulado chinês em Houston e as sanções de políticos e empresários chineses por questões envolvendo a minoria uigur em Xinjiang e o Tibete.