Segunda-feira, 14 de julho de 2025
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Convocados por diversas organizações e movimentos sociais, milhares de argentinos marcharam nesta quinta-feira (24/03) em homenagem ao Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça, data que relembra as vítimas da ditadura militar no país (1976-1983). 

Segundo as organizações, era esperado a presença de mais de 30.000 pessoas reunidas em Buenos Aires, capital da Argentina, a fim de marcar um dia de ações nos 46 anos após o golpe de Estado que depôs o governo constitucional de María Estela Martínez de Perón e que instaurou o regime militar.

Devido aos últimos dois anos de pandemia da covid-19, a marcha não pôde ser realizada. No entanto, havia sido substituída por campanhas que convocaram os argentinos a exercitar sua memória, cada um a partir de sua própria casa, e depois difundiram as ideias nas redes sociais.

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Em 2020, a iniciativa foi expressa através de lenços brancos pendurados em varandas, portas e janelas, ruas e praças. Já em 2021, a campanha chamada “Plantamos memória” incluiu fotos e vídeos de árvores recém plantadas em variados locais do país em homenagem às vítimas do período. 

O retorno à manifestação presencial prevê atos oficiais, vigílias e mobilizações em todas as províncias da Argentina a fim de exigir justiça para as vítimas da ditadura. Mas também para sustentar estas reivindicações em processos criminais ainda em curso.

Organizações e movimentos sociais realizam manifestações nesta data para lembrar as vítimas da ditadura militar no país

Twitter @abuelasdifusion

Em homenagem às vítimas do regime militar, a data de 24 de março foi instituída por lei em 2002

A ditadura argentina deixou mais de 30 mil desaparecidos, além de cometer inúmeras violações contra os direitos humanos, como prisões arbitrárias, execuções, exílio forçado, tortura, estupros, censura e perseguição. 

Em homenagem às vítimas das atrocidades ocorridas durante a ditadura, a data de 24 de março foi instituída por lei em 2002 como o Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça.

As Avós da Praça de Maio, grupo argentino que luta para encontrar parentes que desapareceram nas mãos dos militares durante a ditadura, convocaram “todas as famílias” da Argentina para a marcha desta quinta. Pelo Twitter, a organização disse ser “emocionante” voltar às ruas do país.

Netas, netos, bisnetos e todas as famílias que ainda procuram seus entes queridos marcham com a bandeira de Abuelas. É emocionante voltar às ruas e saber que somos tantos”, afirmaram as Avós.

Nos últimos 20 anos, o Dia Nacional da Memória da Verdade e da Justiça tem sido comemorado na Argentina com o objetivo de levantar um dia de reflexão sobre a história recente e as graves consequências econômicas, sociais e políticas que a ditadura deixou no país.

(*) Com Telesur