A bala que matou a jornalista palestino-americana, Shireen Abu Akleh, de 51 anos, partiu da posição em que estava um comboio militar israelense, provavelmente de um soldado de uma unidade de elite, publicou o jornal The New York Times na noite da última segunda-feira (20/06) com base em provas recolhidas pelos repórteres durante investigação que já dura um mês.
Além dos documentos, a publicação usou vídeos publicados por testemunhas e pela imprensa, além de imagens de câmeras de segurança da área da ação militar.
Abu Akleh, que trabalhava para a emissora Al-Jazeera, foi morta no dia 11 de maio no campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia. Conforme a publicação, no local não haviam membros de grupos palestinos armados.
As análises conduzidas pelo The New York Times apontam que foram feitos 16 disparos contra o local onde Abu Akleh estava. A investigação contradiz a nota oficial das autoridades israelenses, a qual informava que foram “apenas” cinco tiros disparados por “engano” por um soldado. No entanto, o jornal informa que não foi possível concluir se os soldados viram que a repórter e sua equipe estavam usando coletes de proteção com a palavra “Press” (Imprensa) escritos.
As conclusões do jornal vão de encontro àquelas divulgadas pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), que informou, em 26 de maio, que os projéteis usados eram de calibre 5,56mm usados em fuzis M4 – de fabricação norte-americana. Esse tipo de armamento é usado pelas forças de segurança israelenses.
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Abu Akleh, que trabalhava para a emissora Al-Jazeera, foi morta no dia 11 de maio no campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia
Além de realizar uma investigação paralela, as autoridades de Israel pediram para fazer uma análise conjunta com os palestinos sobre o caso. Mas, o pedido foi negado pela ANP.
(*) Com Ansa