A Corte de Apelações do município de Serena, no Chile, processou nesta quarta-feira (06/03) dois militares pelo assassinato de Mónica Benaroyo Pencu, cidadã uruguaia que foi morta e decapitada em 1973 durante a ditadura de Augusto Pinochet. Segundo o juiz especial Vicente Hormazábal, os autores do crime são os ex-oficiais do Exército Juan Iván Vidal Oguetta e Luis Guillermo Carrera Bravo.
As investigações puderam estabelecer que Mónica Benaroyo foi presa no dia 14 de setembro de 1973, apenas três dias depois do golpe militar que levou Pinochet ao poder. Ainda segundo as autoridades, Benaroyo foi colocada em liberdade no dia 25 do mesmo mês, porém nunca voltou para casa.
Testemunhas afirmaram que viram a uruguaia ser torturada no regimento Rancagua, na cidade de Arica, próximo às dependências da Seção II da unidade militar na qual trabalhavam Vidal Oguetta e Carrera Bravo.
Os dois militares processados já estão na prisão cumprindo pena por outros casos de violação de direitos humanos durante a ditadura de Pinochet, como o assassinato de vários recrutas do Exército que se recusaram a participar das operações de repressão contra opositores do regime.
Mónica Benaroyo era considerada desaparecida até 2008, quando seu corpo foi encontrado em um campo de treinamento do Exército, nos arredores de Arica. O cadáver estava decapitado e havia sido mumificado por um processo de falta de umidade pelo clima desértico da região.
Pelo estado do corpo, foi possível colher as impressões digitais e confirmar que se tratava de Benaroyo. Em 1973, quando foi presa pela ditadura chilena, a uruguaia trabalhava na prefeitura de Arica, era formada em Filosofia e falava sete idiomas.
Benaroyo nasceu em Bucareste, na Romênia, em 1925. Obteve cidadania uruguaia em 1954 e era filha do então embaixador do Irã na Romênia.
Wikicommons
Benaroyo nasceu em Bucareste, na Romênia, em 1925. Obteve cidadania uruguaia em 1954 e era filha do então embaixador do Irã na Romênia