A Casa Branca criticou com veemência neste sábado (06/08) a proibição quase total do aborto em Indiana, que se tornou o primeiro estado norte-americano a aprovar uma nova lei nesse sentido desde a decisão da Suprema Corte.
“Esta é mais uma medida radical tomada pelos republicanos eleitos para privar as mulheres de seus direitos e liberdades reprodutivas”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Eric Holcomb, governador do estado conservador ao norte do país, promulgou na noite desta sexta-feira (05/08) uma lei aprovada por sua assembleia local algumas horas antes proibindo o aborto, exceto em casos de estupro, incesto ou se a vida da mãe estiver em perigo. A lei entrará em vigor em 15 de setembro.
Antecipando a decisão da Suprema Corte, diversos outros estados já haviam aprovado nos últimos meses as chamadas leis “gatilho”, que entraram em vigor e proibiram o aborto assim que os juízes mudaram sua jurisprudência.
A longo prazo, o aborto será quase impossível em metade dos 50 estados do país, especialmente no sul e no centro mais religioso. Por outro lado, os estados progressistas buscam proteger o direito ao aborto. Eleitores na Califórnia, Michigan, Nevada e Vermont votarão este ano, por sua vez, por medidas nesse sentido.
Unsplash
A longo prazo, o aborto será quase impossível em metade dos 50 estados do país
Surpresa
Os eleitores do estado conservador do Kansas surpreenderam nesta terça-feira (02/08) ao se manifestarem a favor da manutenção da garantia constitucional do direito ao aborto. Os eleitores deste estado conservador rejeitaram uma emenda que removeria o texto que garantia o direito ao aborto na Constituição estadual e poderia ter aberto caminho para uma regulamentação mais rígida ou uma proibição.
A eleição foi vista como um teste político em nível nacional. Muitos estados conservadores já proibiram ou pretendem banir rapidamente qualquer direito ao aborto.
O porta-voz do executivo americano exortou os “norte-americanos em todo o país a fazerem ouvir suas vozes” sobre o tema.