Sábado, 14 de junho de 2025
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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta segunda-feira (10/04) um relatório que traz informações sobre dezenas de execuções extrajudiciais realizadas dentro das prisões de El Salvador desde março de 2022, quando o presidente Nayib Bukele instalou o regime de exceção com a justificativa de “acabar com o crime organizado”.

O informe, realizado em conjunto com o Instituto de Direitos Humanos da Universidade da América Central (Idhuca) e a Rede Salvadorenha de Defensores de Direitos Humanos, afirma que ao menos 118 pessoas morreram nos últimos treze meses nos centros penitenciários de El Salvador.

O levantamento também faz um destaque para os dois centros penitenciários com mais registros de execuções: Izalco, na região Oeste do país, onde aconteceram 52 mortes; e Mariona, na região metropolitana da capital San Salvador, com 19 mortes.

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Além das mortes nos presídios, também há registos de 68 detentos falecidos em centros hospitalares para onde foram encaminhados após sofrerem algum tipo de agressão ou acidente não especificado, e outros oito casos em que os presos foram dados como mortos após serem levados a um local não especificado nos registros oficiais.

Somando todos os casos, chega-se ao um número total de 194 pessoas mortas sob a custódia do Estado salvadorenho durante o regime de exceção de Bukele.

Levantamento realizado em conjunto com entidades salvadorenhas indica que casos estão vinculados a medidas adotadas pelo presidente Bukele

Polícia Nacional Civil de El Salvador

Política de Bukele para os centros penitenciários tem sido questionada por entidades defensoras dos direitos humanos

O documento aponta que outro problema com relação aos casos das execuções extrajudiciais é a falta de investigação sobre os responsáveis por essas ações, uma das consequências das medidas adotadas pelo governo de Bukele a partir da instalação do regime de exceção.

“De acordo com os dados coletados e com a ajuda de alguns meios de imprensa que também trabalham no monitoramento dos casos, pudemos estabelecer que a grande maioria dos casos eram de pessoas do sexo masculino entre 18 e 50 anos”, afirma o relatório.

Apesar dos números mostrarem um cenário que justifica os questionamentos sobre o respeito aos direitos humanos em El Salvador, a política de execuções extrajudiciais tem favorecido o presidente Bukele, cuja popularidade saltou para 91% em pesquisa divulgada em março passado pelo diário local La Prensa Gráfica e pela consultora LPG Datos.

(*) Com informações de TeleSur e La Prensa Gráfica