A Organização Internacional para a Migração (OIM) apresentou um relatório nesta sexta-feira (26/05) que registrou a presença de cerca de 706 mil migrantes no território da Líbia neste mês de maio.
Segundo a agência, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), esse número reflete um aumento em relação ao informe anterior, de novembro de 2022, quando foram contabilizados pouco mais de 694 mil migrantes.
O informe também afirma que os refugiados presentes na Líbia, que esperam uma oportunidade para cruzar o Mar Mediterrâneo e chegar à Europa, representam 44 nacionalidades diferentes.
Just released the new DTM Migrant Report Package (Jan-Feb 2023): according to data, IOM identified at least 706,062 migrants from over 44 nationalities present in #Libya.
Read full report here: https://t.co/zPyTDdjRpz pic.twitter.com/4NsOsrrP5X
— IOM Libya (@IOM_Libya) May 24, 2023
Os observadores da OIM afirmam que o Níger é o país com a maior quantidade de migrantes na Líbia, com 24% dos casos. Em seguida, aparecem Egito (23%), Sudão (19%), Chade (12%) e Nigéria (4%).
As organizações que trabalham em favor dos migrantes [diversas ONGs, além da própria OIM] consideram a Líbia como “um país inseguro para migrantes e refugiados”, pelo fato de que o governo local não permite o retorno de embarcações que são interceptadas no Mar Mediterrâneo. Essa situação teria afetado pelo menos 29 mil pessoas, em diferentes ocasiões, durante o ano de 2022.
Organização Internacional para a Migração
ONGs e entidades ligadas à ONU, como a OIM, consideram a Líbia como um país inseguro para migrantes e refugiados
No entanto, o país do Norte da África é visto por muitos migrantes como rota mais fácil de acesso à Europa. A Líbia compartilha mais de 4 mil quilômetros de fronteiras terrestres com seis países diferentes.
Além disso, a atuação no país de grupos que oferecem serviço clandestino de transporte de migrantes, que aproveitam um trecho de travessia mais curto, entre o Norte da Líbia e o Sul da Itália, e também a cumplicidade com algumas autoridades líbias com esses mesmos grupos, são elementos que mantêm o país dentro dessa rota.
Vale lembrar que a Líbia é um país sem um governo plenamente soberano desde 2011, em função da guerra civil promovida pelos Estados Unidos a partir da Primavera Árabe, movimento que, entre outras coisas, levou ao assassinato do ex-mandatário Muammar al-Gaddafi.
Desde 2015, o país possui um governo provisório [liderado atualmente por Mohamed al-Menfi, que assumiu em 2021, após os seis primeiros anos sob o comando de Fayez al-Sarraj] que não tem autonomia em todo o território nacional.
Algumas regiões do país ainda são comandadas por grupos paramilitares que foram apoiados pelos Estados Unidos no passado, durante o período em que al-Gaddafi era considerado um dos inimigos prioritários do país norte-americano.