O Movimento Vozes do Silêncio lançará neste sábado (29/08) a campanha “Quem é essa mulher?”, que tem por objetivo promover o debate sobre familiares que buscam por entes desaparecidos durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) e marcar o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimento Forçado, celebrado em 30 de agosto. 

Em ato virtual que será transmitido pelos canais digitais do Núcleo Preservação da Memória Política, será exibido um vídeo com familiares de desaparecidos cantando a música Angélia, de Chico Buarque e Miltinho, canção que inspira o nome da campanha e que foi escrita em homenagem à estilista Zuzu Angel, morta em 1976 por uma emboscada dos militares. 

Comissões de direitos humanos, inclusive a Comissão Nacional da Verdade, já haviam apontado Zuzu como vítima do Estado brasileiro. No entanto, após 44 anos de sua morte, o judiciário reconheceu que a estilista foi morta por agentes da ditadura.

Segundo os organizadores, o material que será exibido no lançamento da campanha busca transmitir um momento de reflexão sobre os crimes ocorridos durante a ditadura e chamar a atenção para a luta dos familiares de desaparecidos. 

“A luta dos familiares é de longo tempo, alinhavando os fios da história e tecendo uma trama desconhecida da sociedade. Esta luta traz em si uma solidão, um vazio de angústia na ausência de respostas, na busca por justiça”, afirmam.

A filha de Zuzu, Hildegard Angel, também participará do evento dando um depoimento para finalizar o vídeo. A produção do vídeo também conta com a participação do grupo vocal carioca Às Terças, regido pelo maestro Mauro Perelmann. 

O Movimento Vozes do Silêncio é uma organização que se dedica à preservação da memória sobre os acontecimentos da ditadura militar no Brasil. Vozes do Silêncio surgiu em junho de 2019, após milhares de pessoas saírem às ruas do país em marchas silenciosas em protesto ao golpe civil-militar de 1964.

Serviço:
Lançamento campanha Quem é essa mulher?
Data e Local: 29 de agosto, às 15h, nos canais do Núcleo Preservação da Memória Política