O papa Francisco reconheceu neste sábado (25/08), primeiro dia de sua viagem oficial à Irlanda, que a Igreja Católica “fracassou” no combate à pedofilia.
“Não posso não reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos sobre menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los. O fracasso das autoridades eclesiásticas – bispos, superiores religiosos, sacerdotes e outros – em enfrentar adequadamente esses crimes repugnantes suscitou uma indignação justa e permanece sendo causa de sofrimento e vergonha para a comunidade católica”, disse.
A declaração foi dada durante um encontro no Castelo de Dublin com autoridades e o corpo diplomático do país que é profundamente católico e enfrenta casos de abusos sexuais por parte de padres contra menores de idade.
Francisco está na Irlanda para o Encontro Mundial das Famílias, que na última sexta-feira (24/08) teve a participação de Marie Collins, vítima de abuso que integrava uma comissão antipedofilia da Igreja, mas abandonou o cargo por causa da falta de cooperação dentro da Cúria.
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‘É meu desejo que a gravidade dos escândalos de abusos sirva para sublinhar a importância da proteção dos menores’, disse (Wikicommons)
Na ocasião, ela criticou a “carta ao povo de Deus” divulgada nesta semana e na qual o Pontífice insta a comunidade católica a se unir para combater a pedofilia. “Os sobreviventes não precisam de uma carta do Papa para saber que essa é uma realidade. Falamos isso durante décadas”, disse.
Além da Irlanda, escândalos de pedofilia abalaram a imagem da Igreja em países como Estados Unidos, Chile e Austrália, envolvendo até mesmo lideranças próximas a Francisco, como o cardeal George Pell, prefeito licenciado da poderosa Secretaria de Economia do Vaticano e réu por abusos.
“É meu desejo que a gravidade dos escândalos de abusos sirva para sublinhar a importância da proteção dos menores e adultos vulneráveis por parte de toda a sociedade”, declarou o pontífice.