Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (06/07), fome severa ou moderada afetou 828 milhões de pessoas ao redor do mundo em 2021, elevando para 2,3 bilhões o número de pessoas atualmente afetadas pela insegurança alimentar.
O dado foi publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), em parceria com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O número representa 29,3% da população global.
Segundo o documento, os dados refletem os impactos da pandemia de covid-19, que estagnou os esforços da ONU para cumprir a meta de cessar a pobreza extrema e a fome severa até 2030.
De acordo com o relatório, 8% da população (cerca de 670 milhões de pessoas) sofrerão com a fome severa até o fim desta década. A projeção representa um retrocesso aos patamares de 2015. O cenário ainda pode ser agravado por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia e das sanções contra Moscou adotadas pelo Ocidente, que afetaram a cadeia global de alimentos.
O documento ressalta que, somado aos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, o conflito pode ter implicações potencialmente preocupantes para a insegurança alimentar, afetando especialmente países de baixa renda.
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Segundo o relatório, 8% da população (cerca de 670 milhões de pessoas) sofrerão com a fome severa até o fim desta década
Outro dado apontado pelo relatório é a lacuna de gênero na insegurança alimentar. Cerca de 32% da população feminina global foi afetada pela fome severa ou moderada em 2021, enquanto o percentual entre homens ficou em 27,6%.
(*) Com Sputniknews