Organizações sociais e sindicais da Argentina, junto a grupos de defesa dos Direitos Humanos, iniciarão nesta quarta-feira (21/12) um acampamento na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada (sede do Poder Executivo do País) para reivindicar um indulto à líder indígena Milagro Sala, presa desde 2016, devido a uma condenação considerada injusta por diversos especialistas em direito.
A ação deve se iniciar com uma marcha pela Avenida de Maio, desde a sede do Congresso Nacional argentino, até a praça mais icônica do país.
Segundo os organizadores, o objetivo é sensibilizar o presidente Alberto Fernández para que ele conceda um indulto de Natal a Sala, que foi condenada em 2017 a 13 anos de prisão, por supostos crimes de corrupção, tentativa de agressão e atentado à propriedade privada.
Segundo muitos especialistas em direito, o caso de Sala é mais um que exemplifica o lawfare na Argentina: a denúncia foi feita por Gerardo Morales, governador da província de Jujuy [no Noroeste do país], que teria utilizado sua influência como caudilho regional para conseguir que juízes e promotores encaminhassem o processo segundo os seus interesses.
Página/12
Marcha em Buenos Aires pela liberdade da líder indígena Milagro Sala
Entre as organizações envolvidas no ato estão o Bloco Social pelo Trabalho, a Frente Milagro Sala e a Organização Tupac Amaru – esta última era presidida pela própria líder indígena e trabalha pela defesa das comunidades de povos originários no Norte da Argentina.
Também estarão representadas a Associação Nacional de Trabalhadores, a Corrente Federal de Trabalhadores, o Sindicato dos Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), o Grupo de Sacerdotes em Opção pelos Pobres e as organizações políticas La Cámpora e Lxs Chicxs del Pueblo.
Segundo o jornal argentino Página/12, o acampamento deve durar pelo menos até a próxima sexta-feira (23/12). Contudo, os organizadores pretendem deixar um presépio temático na praça, como forma de mostrar a injustiça sofrida por Milagro e outros líderes de comunidades indígenas na Argentina.
(*) Com informações do Página/12