A polícia de Kaduna, região norte da Nigéria, resgatou nesta sexta-feira (27/09) mais de 300 pessoas, entre elas crianças, que sofriam abusos e torturas em um reformatório religioso.
Algumas das pessoas que foram resgatadas disseram que sofriam torturas, abusos sexuais, passavam fome e alguns foram acorrentados para que não tentassem sair do prédio.
“Encontramos cerca de 100 estudantes, incluindo crianças de nove anos, acorrentados em uma pequena sala, tudo feito em nome de reformá-los e torná-los pessoas responsáveis”, afirmou um porta-voz da polícia à agência AFP.
À BBC, autoridades nigerianas disseram que a polícia invadiu o local após receber uma denúncia de atividades suspeitas. Oito pessoas foram presas.
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‘Encontramos cerca de 100 estudantes, incluindo crianças de nove anos, acorrentados em uma pequena sala’, disse a polícia
O chefe da polícia, Ali Janga, afirmou que o reformatório era como uma “casa de tortura” e um ambiente de escravidão humana. Ainda segundo as autoridades, o reformatório se apresentava como um local religioso que recebia pessoas com dependência química e os auxiliava na reinserção na sociedade.
“Este deveria ser um centro islâmico, mas tentar fugir daqui atrai punições severas; eles amarram as pessoas e as penduram no teto por isso […], passei três meses aqui com correntes nas pernas”, disse Bell Hamza, uma das vítimas.