O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira (27/08) que abriu uma investigação sobre o caso de Jacob Blake, o homem negro que foi baleado sete vezes à queima-roupa em uma abordagem policial em Kenosha, Wisconsin.
As investigações querem verificar se houve violação dos direitos civis e serão lideradas pelo FBI em colaboração com as autoridades estaduais. A análise será semelhante àquela aberta em maio no caso do assassinato de George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin.
No entanto, a Procuradoria de Wisconsin informou que ainda não abriu nenhum procedimento formal ou acusação contra os dois policiais que atuaram na abordagem no último domingo (23/08) e que está analisando o caso.
Na noite desta quarta-feira (26/08), as autoridades estaduais revelaram o nome do agente que fez os disparos. Trata-se de Rusten Sheskey, um policial que atua na função há cerca de sete anos. Os representantes da Justiça local voltaram a afirmar que Blake tinha uma faca no carro e que isso teria provocado o agente. No entanto, testemunhas negam a informação e dizem que o homem – que tinha três dos seis filhos dentro do veículo – estava entrando no carro para pegar os documentos.
Nova onda de protestos
A brutalidade na ação causou inúmeros protestos em Kenosha e em outras cidades norte-americanas, que cobram igualdade racial nas abordagens policiais no país. Na noite desta quarta, as manifestações foram mais pacíficas do que na terça-feira (25/08), quando um grupo de supremacistas brancos foi à cidade para “controlar” os atos antirracistas e mataram duas pessoas.
O rapaz que fez os disparos foi preso e identificado como Kyle Rittenhouse, 17 anos, e morador do estado vizinho de Illinois.
Em vídeos nas redes sociais, ele aparece portando um fuzil AR 15 e falando que os policiais estavam ajudando o grupo a “encurralar” os manifestantes do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
Em uma das imagens, é possível observar Rittenhouse fugindo de um pequeno grupo de pessoas que protestavam, e que o identificaram como autor dos tiros, e se escondendo entre as viaturas policiais que acompanhavam o protesto.