O Secretário Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, lançou nesta segunda-feira (25/02), durante a abertura da 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, um plano de ação global para combater os discursos de ódio, que descreve como “uma praga que envenena o debate sobre importantes desafios como a migração”.
“O ódio agora faz parte da cultura dominante tanto nas democracias liberais quanto nos sistemas autoritários. Alguns partidos políticos e líderes importantes cortam e colam idéias dos extremos em sua própria propaganda e em suas campanhas eleitorais “, acrescentou, sem mencionar nenhum país em particular.
Guterres também criticou a massiva campanha organizada contra o Pacto Global de Migração da ONU, um acordo não vinculativo que visa melhorar a gestão dos fluxos migratórios.
“Vimos como o debate sobre a mobilidade, por exemplo, foi envenenado por histórias falsas que associam refugiados e migrantes ao terrorismo e os tornam bodes expiatórios para todos os males da sociedade”, lamentou.
Ele condenou ainda “uma campanha insidiosa que busca afogar o Pacto Global das Migrações sob uma torrente de mentiras sobre a natureza e o alcance do acordo”.
O Secretário Geral da ONU disse que esta campanha “fracassou”. Mas 17 países se abstiveram ou votaram contra o documento durante a Assembléia Geral da ONU em dezembro passado e o texto gerou debates acalorados, especialmente na Europa, uma região muito exposta a ondas de migrantes.
Para responder a esses discursos de ódio, Guterres encarregou seu assessor especial para a prevenção do genocídio, o senegalês Adama Dieng, “definir uma estratégia por meio do sistema (das Nações Unidas) e apresentar um plano de ação global”.
Wikimedia Commons
O Secretário Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres