Segundo dados divulgados pela Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA) nesta terça-feira (04/07), o bloco recebeu cerca de 996 mil pedidos de refúgio em 2022, aumento de 53% em relação a 2021.
Os dados foram divulgados no relatório anual do ´órgão, que inclui os 27 países do bloco além da Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
O texto destaca as “fortes pressões sobre os sistemas de acolhimento” e especifica que cerca de 70% dos pedidos foram apresentados em cinco países – Alemanha (244 mil), França (156 mil), Espanha (118 mil), Áustria (109 mil) e Itália (84 mil).
In 2022, ?? countries received 996 000 asylum applications.
71% of these applications were lodged in ?? (244 000) ?? (156 000) ?? (118 000) ?? (109 000) ?? (84 000).
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— EU Agency for Asylum – EUAA (@EUAsylumAgency) July 4, 2023
Os principais países dos solicitantes foram Síria (138 mil), Afeganistão (132 mil), Turquia (58 mil), Venezuela (51 mil) e Colômbia (43 mil).
O documento mostra ainda que, em 2022, os países cobertos pelo relatório processaram cerca de 646 mil decisões, número mais alto desde 2017. Das 252 mil decisões positivas, cerca de 59% concederam status de refugiado ao solicitante.
Apesar da aceleração do ritmo de pedidos e processamentos, o número de decisões pendentes saltou para 899 mil.
Twitter/MSF Sea
Apesar do aumento dos dados, organizações que atuam em prol de imigrantes e refugiados na União Europeia, como a italiana Sea Watch, afirmam que tal alta não pode ser interpretada de forma isolada uma vez que esta já é uma realidade há décadas no bloco.
Em entrevista a Opera Mundi, a porta voz da Sea Watch, Giorgia Linardi, aponta para a situação migratória no Mar Mediterrâneo, de forma que o aumento de pessoas chegando à Europa por essa via deve ser analisado juntamente com “os esforços que tentam tornar a Europa inacessível”.
Na análise de Linardi, as constantes medidas adotadas pela União Europeia não são políticas que gerenciam as migrações, pois, segundo a porta-voz do Sea Watch na Itália, “tentam colocar a migração embaixo do tapete, fingindo que não existe”.
De acordo com ela, a UE regulamenta os assuntos migratórios por meio de ferramentas legislativas chamadas “decreto-lei”, usadas em situações emergenciais em busca de soluções imediatas.
(*) Com Ansa