O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou nesta segunda-feira (05/12) que cerca de 37 milhões de meninos e meninas em todo o mundo foram vítimas de deslocamentos em massa devido a crises e conflitos armados, um número sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.
Em seu Relatório de Ação Humanitária para Crianças para o ano de 2023, a organização internacional mostrou que há cada vez mais crianças expostas a secas e inundações devido aos efeitos das mudanças climáticas.
Outros importantes fatores que causaram esse salto nos movimentos migratórios são a proliferação de conflitos armados, com especial destaque para a Guerra entre a Ucrânia e a Rússia, além da instabilidade política e as consequências da pandemia de covid-19, que ainda gera consequências em vários lugares do mundo, apesar das campanhas de vacinação.
Segundo o relatório da Unicef, mais de 400 milhões de menores vivem em zonas de conflito armado, e cerca de 1 bilhão enfrenta extrema vulnerabilidade social e econômica.
Twitter / Unicef Espanha
Crianças africanas acampadas
O diretor-executivo da Unicef na Espanha, José María Vera, afirmou que “a crise da mudança climática já está afetando significativamente milhares de crianças em todo o mundo, como a seca no Chifre da África e as inundações no Paquistão, que juntas levaram quase 37 milhões de crianças a serem deslocadas, o maior número em últimas décadas”.
Nesse sentido, a entidade fez um apelo para angariar 10,3 bilhões de dólares para prestar ajuda às milhões de crianças e reforçar a ação humanitária urgente, num apelo centrado em salvar vidas.
“Temos consciência de que o que estamos fazendo não é suficiente. É preciso mais, porque é uma situação sem precedentes, que nos leva a ter de redobrar os esforços em locais como o Afeganistão ou a Ucrânia, mas também em zonas esquecidas, que apresentam as maiores lacunas em seus financiamentos”, enfatizou Vera.
(*) Com informações de TeleSUR