A diretora de Direitos Humanos da Chancelaria do Uruguai, Dianela Pi, afirmou que o país irá pedir à Argentina os arquivos que a nação vizinha mantém em seu poder relacionados aos casos de cidadãos uruguaios vítimas do Plano Condor.
Recentemente, os documentos foram entregues pelo governo dos EUA ao ministro argentino da Defesa, Oscar Aguad, e neles se encontram relatos de prisioneiros desparecidos entre os dois países.
“Teremos que analisar que tipo de informação temos para ver de que maneira que irá e pedir esta informação do governo argentino”, disse Pi nesta sexta (19/04). Após eventualmente solicitados os documentos, a análise vai determinar se os dados são novos e em que causas podem ser utilizados.
A Operação Condor marcou a época do terror nas ditaduras do Cone Sul a partir da segunda metade da década de 1970. Funcionava como uma rede de colaboração e troca de informações e prisioneiros políticos entre Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia e Brasil. As forças de repressão desses países atuavam conjuntamente para debelar organizações políticas de esquerda.
Análise
De sua parte, membros da organização não governamental Arquivo Nacional de Segurança, dedicada a estudar atas históricas, analisaram alguns dos 40.000 documentos desclassificados pelos EUA.
Revelações recentes vinculadas ao Uruguai, entre outras, incluem a investigação da CIA a grupos de direitos humanos já durante a democracia, a relação do assassinato do político Héctor Guitérrez, em 1976, com o movimento Tupamaros e a confirmação do assassinato de Gerardo Gatti e León Duarte, então dirigentes do Partido da Vitória do Povo (PVP).
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Painel homenageia desparecidos políticos durante ditadura no Uruguai