O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (08/12) que há uma “guerra multifatorial” dos Estados Unidos contra seu país, a qual tentou impedir a eleição parlamentar no último domingo (06/12). Segundo ele, este plano, liderado pelo presidente norte-americano Donald Trump, “falhou”.
“A política de Trump na Venezuela falhou. Você já pode ver onde Trump está, onde eu estou e onde está [o autoproclamado presidente e deputado em fim de mandato Juan] Guaidó”, disse, ironicamente.
O presidente afirmou que, dos Estados Unidos, “Trump impôs um plano para encher de violência o país sul-americano” e “para estimular sua candidatura [a de Trump] e poder falar de seu sucesso contra a Venezuela”.
“A Venezuela pôde mais. Você não pôde, Donald Trump, nem ganhar as eleições usando a Venezuela, nem gerar violência em nosso país”, disse o presidente venezuelano em entrevista coletiva à imprensa estrangeira.
Maduro também afirmou que havia um plano para assassiná-lo. Ele, afirma, precisou mudar a seção eleitoral onde votaria após ouvir de uma fonte da inteligência colombiana que havia um plano para assassiná-lo. Maduro também acusou o presidente colombiano, Iván Duque, de estar entre mentores do plano.
“Do Palácio de Nariño, Iván Duque participou dos planos para me assassinar no dia das eleições”, disse.
Impedir eleições
Maduro denunciou que o propósito do governo norte-americano era “impedir a realização das eleições para a Assembleia Nacional”, por meio do financiamento de “milhões de dólares”.
O presidente venezuelano explicou que essas ações foram anunciadas por seu homólogo norte-americano em setembro passado, quando afirmou que “grandes coisas vão acontecer na Venezuela nos próximos dias”.
Nicolás Maduro/Twitter
Maduro deu entrevista coletiva à imprensa estrangeira nesta terça-feira
Essas declarações, destacou o presidente, coincidiram com alguns atos de desestabilização no país sul-americano. “Eles tentaram, movimentaram dinheiro, procuraram gangues criminosas, criaram holofotes que se apagaram graças à força das instituições e do povo”, disse.
Da mesma forma, Maduro afirmou que seu país “está no centro do debate internacional porque os impérios tentaram recolonizá-lo” e “impedir a consolidação de um modelo alternativo ao capitalismo”.
“Não há grupos armados da Colômbia na Venezuela”
Durante a coletiva de imprensa, Maduro negou a presença de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em seu país, como recentemente foi apontado por alguns meios de comunicação.
“Não aceitaremos nenhum grupo armado da Colômbia em solo venezuelano. Os uniformes só podem ser usados pelas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas”.
Ele explicou que, embora a fronteira entre as duas nações seja “porosa” e que “todo o crime que vem da Colômbia passe por ela”, “qualquer grupo que esteja em solo venezuelano será capturado”.
A mensagem sempre foi: não toque em solo venezuelano”, disse. Maduro acrescentou que Caracas ajudou Bogotá em temas como o diálogo e o acordo de paz, mas não interfere nos conflitos internos.
Nas eleições legislativas de domingo, foram eleitos os 277 parlamentares que vão constituir a Assembleia Nacional para o período 2021-2026. Com 30,5% de participação popular, o chavismo, agrupado no Gran Polo Patriótico (GPP), obteve a maioria dos votos e obteve 69,27% do total de votos, enquanto a Alianza por el Cambio (APC), uma coalizão de oposição moderada, atingiu 17,73%.
(*) Com Sputnik