Atualizado às 13h41
As primeiras pesquisas de boca de urna na Alemanha mostram um resultado indefinido para a composição do próximo governo do país, e não concordam em um vencedor único. Se confirmado, os resultados podem jogar o país em um período de intensa indefinição política, com meses de negociação para a escolha do substituto de Angela Merkel.
A pesquisa divulgada pela emissora ARD mostra uma vantagem de 3 assentos para a União (que compreende a CDU – União Democrata-Cristão – e a CSU – União Social-Cristã, que só existe na Baviera) em relação aos social-democratas do SPD. Ambos aparecem com 25% das intenções de voto.
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Já o levantamento da ZDF coloca o SPD na frente, com 26%, seguido pela União, com 24%. Ambas as pesquisas concordam, no entanto, que a União terá o pior resultado desde 1949.
Já os Verdes, ao contrário, poderão ter seu melhor desempenho histórico. As mudanças climáticas foram um dos temas mais importantes na campanha deste ano.
Boca de urna: ARD
O resultado final e definitivo só deve sair durante a semana. Mas, durante todo o resto do domingo, as emissoras alemãs irão apresentar prognósticos, que costumam ser bem próximos dos números finais.
Os liberais do FDP (Partido Liberal da Alemanha, direita) aparecem em 4º lugar, seguidos pela extrema direita representada pela AfD (Alternativa para a Alemanha).
Boca de urna: ZDF
Desempenho da esquerda
O partido de esquerda Die Linke, se confirmados os números, deve obter os piores resultados desde 2002, quando ainda se chamada PDS e, com 5% nas pesquisas, corre risco real de ficar fora do Parlamento.
O sistema eleitoral alemão é diferente do brasileiro e cada eleitor tem direito a dois votos: o primeiro, chamado de mandato direto, escolhe um candidato do distrito onde esse eleitor mora. O segundo voto é dado a um partido, que apresenta uma lista de candidatos. Metade do Bundestag (que pode ultrapassar 770 cadeiras neste ano) é escolhido pelo mandato direto; a outra, pelos votos nas listas.
Há uma cláusula de barreira: Se, no segundo voto, o partido não obtiver ao menos 5% em todo o país, precisará ter obtido ao menos três cadeiras em mandato direto para poder entrar no cálculo de representação do Parlamento. Caso um partido tenha conseguido cadeiras, mas não atingiu a porcentagem mínima, não perde a vaga, mas não fará parte de nenhum bloco.
É preciso ver, quantos mandatos diretos Die Linke irá conseguir, já que ainda retém muita força no leste de Berlim e pode conseguir o número mínimo de 3.
Em entrevista à emissora ARD, um dos líderes do partido, Dietmar Bartsch, disse que esta é uma “noite muito decepcionante” para Die Linke.
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