O Pacto Histórico obteve neste domingo (13/03) o maior número de votos na eleição legislativa da Colômbia e confirmou a expectativa de um crescimento histórico da esquerda no Parlamento Colombiano. Pela primeira vez, uma agremiação de esquerda terá mais senadores que partidos tradicionais do país e, na Câmara, será a segunda força.
Com 99,13% das urnas apuradas, o PH conseguiu 2.303.847 dos votos válidos (14,14%), seguido pelo Partido Conservador Colombiano (2.213.528 votos, 13,59%) e pelo Partido Liberal Colombiano (2.074.408, 12,74%). O Centro Democrático, partido de direita do atual presidente, Iván Duque, teve uma queda expressiva em relação ao pleito de 2018: ficou em quarto lugar, perdendo metade das cadeiras na Câmara e obtendo 23% votos a menos do que na última eleição.
Os números indicam que o PH terá 16 senadores e 25 deputados. O candidato presidencial pelo partido, Gustavo Petro, disse, pelo Twitter, que deu ao país “a maior bancada progressista desde a Constituição de 1991”. A expectativa, no entanto, era de conseguir maioria absoluta no Legislativo, o que n´ão se concretizou.
Mesmo obtendo o maior número de votos no total, o PH ainda ficou atrás do Partido Liberal Colombiano na Câmara, mas empatou como segunda força com o Conservador. Já no Senado, o Pacto Histórico e o Conservador estão empatados na liderança.
O partido Comuns (sucessor das FARC, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que tem direito a assentos fixos na Câmara e no Senado, obteve 31.116 votos, 44% a menos do que em 2018.
Como funciona o sistema eleitoral colombiano
Os colombianos foram às urnas neste domingo para escolher 108 senadores e 188 deputados, cada um com um mandato de 4 anos. No entanto, os ocupantes destas cadeiras são determinados por regras estabelecidas em pactos, como o Acordo de Paz de 2016.
No Senado, por exemplo, o Comuns tem direito a cinco cadeiras, independentemente do número de votos. Na Câmara, o partido também tem direito a cinco assentos dentre 16 destinadas a vítimas do conflito, também independente dos votos recebidos.
Além das cadeiras no Senado destinadas aos Comuns, há ainda duas fixas para a população indígena e uma reservada para o segundo colocado na eleição presidencial marcada para 29 de maio. Na Câmara, algo semelhante acontece: dos 188 assentos, dois são destinados a comunidades afrodescendentes, um para a população indígena, um para grupos nativos das ilhas de San Andrés e Providência e um dos colombianos no exterior.
Primárias
Os colombianos também participaram das eleições primárias que definiram os candidatos para as eleições presidenciais de maio. Os vencedores foram Petro, do PH; Sergio Fajardo, da Coalizão Centro Esperança (centro); Federico Gutiérrez, da Equipe pela Colômbia (direita); e Óscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático (direita) e candidato derrotado por Juan Manuel Santos em 2014. Tanto Petro, quanto Fajardo disputaram o pleito de 2018, tendo sido derrotados por Duque.
Em um discurso na noite de domingo, Petro disse estar feliz com a “imensa vitória em toda a Colômbia” e disse que considera possível ganhar a presidência do país ainda no primeiro turno.
Petro convocou as demais forças progressistas da Colômbia a formar uma frente democrática. “Hoje é possível para uma Frente Democrática Ampla ter uma maioria absoluta no Congresso”, escreveu.
(*) Com teleSUR