Após a eleição de Gustavo Petro para presidente, neste domingo (19/06), o Exército de Libertação Nacional (ELN), maior guerrilha ainda ativa na Colômbia, anunciou que está disposto a retomar as negociações de paz com o governo.
O diálogo havia sido iniciado ainda durante a gestão de Juan Manuel Santos, vencedor do Nobel de Paz por conta do acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas foi interrompido pelo presidente Iván Duque em 2019, após um ataque do ELN contra a Polícia Nacional do país.
“O ELN mantém ativo seu sistema de luta e resistência política e militar, mas também sua plena disponibilidade em avançar em um processo de paz”, declarou a guerrilha por meio de um comunicado.
O grupo foi criado em 1964, inspirado pela Revolução Cubana e pela Teologia da Libertação, e é o último grupo insurgente com ação nacional reconhecido na Colômbia após os Acordos de Paz de 2016.
No entanto, o grupo fez uma advertência a Petro, ex-guerrilheiro da milícia M-19: “Se o presidente eleito promover mudanças para superar o clientelismo e remover a violência da política, fazer progressos nos planos de inclusão social, um plano de reforma agrária, um novo modelo de combate às drogas e dar continuidade ao processo de paz, a Colômbia terá um governo apoiado pelo movimento popular. Mas se tomar posse para fazer as mesmas coisas [de seus antecessores], terá o povo nas ruas”.
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‘Se Petro tomar posse e fazer o mesmo que os antecessores, terá o povo nas ruas’, advertiu guerrilha
Durante a campanha, Petro, primeiro esquerdista eleito presidente da Colômbia, disse que pretende retomar as negociações com o ELN e prometeu “desmantelar pacificamente” os grupos paramilitares ainda ativos no país.
Petro eleito
Pela primeira vez na história da Colômbia, a esquerda vence as eleições presidenciais. O candidato Gustavo Petro, do Pacto Histórico, conquistou o segundo turno do pleito realizado no último domingo (19/06) e foi eleito presidente do país.
Petro conquistou o segundo turno do pleito realizado neste domingo (19/06) e foi eleito presidente do país. Com 100% das urnas apuradas, o ex-guerrilheiro recebeu 50,44% dos votos e derrotou o direitista Rodolfo Hernández, da Liga de Governadores Anticorrupção, que conquistou 47,31%, segundo a contagem rápida do Registro Nacional da Colômbia.
A coalizão de esquerda Pacto Histórico também é representada pela vice-presidente eleita Francia Marquez, advogada, líder ambiental e militante anti-opressões.
(*) Com Ansa.