O presidente egípcio Anwar El Sadat rompe em 13 de março de 1976 o Tratado de Amizade com a União Soviética, firmado por ele mesmo em 1971.
Após a reeleição de Nasser em 1965, a política egípcia deu prioridade ao conflito com Israel. Mas sua tentativa de um estrangulamento econômico através de um bloqueio do Golfo de Ácaba foi rechaçada pela derrota árabe na Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967.
Essa nova derrota dos países árabes (Egito, Jordânia, Líbano e Síria) permitiu a ocupação por Israel da Península do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e das Colinas de Golã.
O custo da guerra agravou os problemas econômicos do Egito e somente a ajuda soviética impediu o colapso definitivo. Gamal Abdel Nasser morreu em 1970. Ele foi sucedido pelo vice-presidente Anwar Al Sadat, apoiado pelo setor direitista do Partido Socialista Árabe.
Sadat deu início a uma política de reaproximação com a Arábia Saudita, mas sem se afastar da União Soviética, com quem assinou em 1971 um Tratado de Amizade.
Em 1973, tropas egípcias cruzaram o Canal de Suez para acabar com a ocupação israelense do Sinai. O país liderou a coligação de países árabes na Guerra do Yom Kippur. Além da ação militar, os países árabes elevaram substancialmente o preço do petróleo por meio da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), mas tais medidas não foram suficientes para forçar a retirada de Israel dos territórios ocupados.
No contexto econômico, Sadat promoveu uma política que se afastava do socialismo de Nasser, desnacionalizando a economia egípcia e incentivando o investimento particular. Esta política recebeu o nome de “Intifah”, (porta aberta, em árabe). Além disso, o novo governo passou a a receber ajuda econômica e militar dos EUA depois de 1976.
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Essa política piorou as condições de vida dos trabalhadores egípcios com aumentos significativos do custo de vida e do desemprego. Ocorreram grandes manifestações anti-governo entre 1976 e 1977. Os camponeses se rebelaram contra a reprivatização de terras, nacionalizadas em 1952. Partidos islâmicos começaram a conspirar abertamente contra Sadat, acusando-o de abrir caminho para uma nova dominação estrangeira.
Devido à crise econômica que o Egito atravessava, Sadat decidiu reduzir as despesas militares e orientar o país para uma política de paz. Sadat viajou para Jerusalém em novembro de 1977, provocando uma reação de protesto em todo o mundo árabe. O processo de aproximação com Israel culminou em março de 1979, com a assinatura dos Acordos de Camp David, através do qual os EUA patrocinaram a devolução da Península do Sinai, ocupada por Israel no final da Guerra do Yom Kipur, ao Egito.
Desde aquela época, o Egito se tornou o principal beneficiário da ajuda militar dos EUA, destinadas a transformar o país em seu principal aliado muçulmano na região, após a derrubada do Xá Reza Pahlevi no Irã em 1979. Essa política fez com que Sadat fosse odiado pelos vizinhos árabes, levando o Egito a ser expulso da Liga Árabe.
Em 6 de outubro de 1981 o presidente Sadat foi assassinado por militares contrários à Infitah e à repressão do governo aos movimentos fundamentalistas islâmicos. Em 14 de outubro, o vice-presidente Hosni Mubarak assumiu a presidência.