Cerca de 30 congressistas democratas americanos pediram ao presidente Joe Biden que reconheça imediatamente os resultados da eleição no Brasil, por medo de que Jair Bolsonaro questione-os em caso de derrota – conforme carta divulgada nesta sexta-feira (28/10).
“Os Estados Unidos e a comunidade internacional devem estar preparados para reconhecer imediatamente os resultados anunciados pela autoridade eleitoral brasileira” no domingo (30/10), defendem na carta, divulgada pelo senador Patrick Leahy e disponível em seu Twitter.
Os brasileiros vão às urnas no domingo para escolher, em segundo turno, entre o atual presidente Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu o primeiro turno por 48% contra 43% e para quem as pesquisas dão uma vantagem.
Bolsonaro apontou em diversas ocasiões – sem provas – a possibilidade de “fraude”, devido ao sistema de votação eletrônica, e até ameaçou não reconhecer os resultados.
Na semana passada, voltou a dizer que vai aceitar os resultados, desde que as Forças Armadas não detectem nada de “anormal”.
Palácio do Planalto
Bolsonaro apontou em diversas ocasiões – sem provas – a possibilidade de ‘fraude’ eleitoral
“Apesar do claro compromisso da sociedade brasileira com a democracia, há fortes temores de que, se Bolsonaro perder, questionará os resultados do segundo turno, quando a diferença entre Bolsonaro e Lula pode ser muito mais apertada”, afirmaram os 31 congressistas.
Defender a democracia no Brasil
Se Bolsonaro “rejeitar ativamente os resultados das eleições, devemos estar preparados para defender, inequivocamente, a democracia no Brasil”, acrescentam.
Eles insistem em que “é sumariamente importante que os Estados Unidos denunciem qualquer tentativa de incitar a violência política no e depois do dia da eleição”, porque a pedra angular das relações entre os dois países deve ser “um compromisso compartilhado com a democracia e os direitos humanos”.
Em setembro, um grupo de congressistas democratas já havia pedido ao presidente americano que isolasse o Brasil, “caso houvesse tentativas de subverter o processo eleitoral”.