Atual candidato da oposição à Presidência da Venezuela Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática (PUD), foi acusado de “ter ligações com a CIA” (a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos). A informação foi apresentada pelo vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, governista), Diosdado Cabello.
Segundo a acusação, o opositor teve seu primeiro trabalho como funcionário diplomático em 1976, na embaixada da Venezuela em Washington, e que desde então passou a ter vínculos com a CIA. “Ali ele já foi captado”, contou o líder do partido governista venezuelano durante um debate política no canal VTV na última quarta-feira (15/05).
Em seguida, Cabello recordou que González passou a ser assessor do embaixador da Venezuela em El Salvador, Leopoldo Castillo, entre 1977 e 1984. Foi nessa época, a partir de 1979, segundo esse relato, que a sede diplomática venezuelana passou a ser um intermediário no apoio dado pela CIA aos chamados “esquadrões da morte”, que operaram no país durante 12 anos, até 1991.
Carta colombiana
Em outro momento do debate, o líder do PSUV leu uma carta escrita por outra ex-funcionária da embaixada em El Salvador, que foi identificada como María Catalina Restrepo Pinzón, uma mulher de nacionalidade colombiana, mas que realizou trabalhos no serviço diplomático venezuelano na mesma época em que Edmundo González.
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Partido governista PSUV afirma que passado diplomático obscuro do candidato opositor Edmundo González esconde seu envolvimento com esquadrões da morte em El Salvador, nos anos 70 e 80
Durante a leitura da carta, Cabello afirmou que “sob as ordens de Leopoldo Castillo, e com a intermediação de Edmundo González Urrutia, os infames esquadrões da morte realizaram massacres de civis inocentes, perseguições, assassinatos de professores e líderes comunitários, líderes religiosos e até crianças”.
“Edmundo estava claramente comprometido com essas atrocidades, sendo parte ativa do financiamento e da logística desses atos brutais. A situação era tão grave que a própria Igreja Católica e algumas organizações internacionais estavam alçando a voz contra a violência no país”, dizia a carta lida pelo líder do PSUV.
Histórico diplomático de Edmundo González
Durante o debate, Cabello também lembrou que González completou sua formação acadêmica em Relações Internacionais em 1981, na Universidade Americana de Washington, alegando ser esse outro indício de seu vínculo com os Estados Unidos.
Oficialmente, há poucas informações oficiais disponíveis sobre a carreira diplomática de Edmundo González, além do fato de que efetivamente teve início em Washington no ano de 1976 e que passou por El Salvador, apesar de não haver dados concretos sobre o período em que esteve no país.
Também se sabe que o auge de sua atuação como diplomata foram seus períodos como embaixador na Argélia, entre 1991 e 1993, e na Argentina, entre 1998 e 2002.
Desde 2015, González tem participado com alguma frequência de audiências na Organização dos Estados Americanos (OEA), não como representante da Venezuela, mas sim convidado por outros países para fazer ataques contra o governo de Nicolás Maduro e defender a aplicação de sanções contra o país, entre outras atividades alinhadas com a oposição venezuelana.
Com informações de Prensa Latina.