O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, em encontro nesta quarta-feira (17/04), em Bogotá, abordaram as eleições na Venezuela e repudiaram as sanções norte-americanas contra Caracas.
Em comunicado conjunto, Lula e Petro “repudiaram qualquer sanção que unicamente serve para aumentar o sofrimento do povo venezuelano”, mas também defenderam o “diálogo” entre governo e oposição.
Na reunião ao lado de Lula, Petro apresentou uma proposta de pacificação interna para garantir a integridade e a segurança do candidato que sair derrotado no pleito marcado para 28 de julho.
“[A proposta] tem a ver com a possibilidade de plebiscito nas eleições que se avizinham, que garanta um pacto democrático, que garanta para quem quer que perca, a certeza e a segurança sobre sua vida, seus direitos e garantias políticas que qualquer ser humano deve ter em seu país”, disse o mandatário colombiano em declaração à imprensa, sem entrar em detalhes.
Petro já havia apresentado a iniciativa ao governo de Nicolás Maduro e à oposição venezuelana, em meio à reintrodução de sanções por parte dos Estados Unidos devido ao veto contra candidaturas opositoras.
Além disso, a sugestão também foi discutida com Lula. No mês passado, o presidente brasileiro manifestou surpresa e preocupação com o impedimento de registro de uma candidata opositora à Maduro, o que gerou faíscas diplomáticas entre Brasília e Caracas.
Ao fim de sua declaração à imprensa, o presidente do Brasil foi questionado por um jornalista sobre as eleições venezuelanas e respondeu de forma indireta à questão. “Posso dizer para vocês que, se depender da Colômbia e do Brasil, esse continente continuará sendo uma zona de paz. Porque somente a paz é que traz progresso, a guerra traz morte e destruição e isso não nos interessa”, afirmou Lula, encerrando a entrevista.
O presidente brasileiro ainda assinou seis acordos de cooperação com Petro, entre eles um de combate ao tráfico de pessoas.
Depois da reunião, os mandatários participaram de um fórum econômico com empresários brasileiros e colombianos, e Lula defendeu o aumento dos investimentos na Colômbia e a estabilidade econômica e social.
(*) Com Agência Brasil e Ansa