A Rede de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade (REDH) publicou nesta quinta-feira (15/10) um comunicado pedindo que todas as forças democráticas do mundo acompanhem e defendam as eleições presidenciais na Bolívia que acontecem no próximo domingo (18/10).
“[A REDH] faz um apelo às forças democráticas do mundo […], para fazerem um acompanhamento diário dos acontecimentos na Bolívia, para denunciar as intenções ditatoriais do governo interino e para que nada interrompa o retorno da Bolívia à democracia, que é a aspiração da grande maioria dos bolivianos e bolivianos”, disse a organização.
Os signatários ainda pediram que todos estejam em alerta por “não haver um dia em que os porta-vozes do governo não estejam presentes na convocação, aberta e encoberta, para o desdobramento da violência estatal e paramilitar contra os movimentos sociais, as lideranças e militância do Movimento ao Socialismo (MAS) e seus candidatos à presidência e vice-presidência, Luis Arce e David Choquehuanca”.
A organização ainda lembra que, “na atualidade, são poucos os países da região onde a proximidade das eleições gerais são marcadas, como na Bolívia, pela ameaça do uso da força e pela indisfarçável pressão sobre o Ministério Público para prender lideranças sindicatos e políticos”.
Reprodução/LuchoXBolivia
Eleição presidencial na Bolívia acontece neste domingo (18/10)
Segundo os intelectuais, o ministro Arturo Murillo, chefe do Gabinete da presidente autoproclamada Jeanine Áñez, é “quem detêm realmente o poder” na Bolívia. “Após seu retorno de uma reunião no Departamento de Estado e com o Secretário-Geral da OEA, ele suspeitamente se envolveu em intimidar e ameaçar os movimentos sociais e o MAS”, acrescentaram.
A REDH ainda pediu uma explicação para as afirmações de que “o governo entregará a quem vencer as eleições gerais 'exceto ao MAS'”, o que, segundo os signatários, “constitui uma proibição selvagem e um pré-anúncio de uma nova tentativa de golpe em face da vitória do MAS nas pesquisas”.
A Bolívia vai às urnas no dia 18 de outubro nas primeiras eleições gerais após o golpe de Estado de novembro de 2019 que derrubou o então presidente Evo Morales, que havia sido reeleito. Luis Arce, candidato à presidência pelo MAS – o partido de Evo – é o favorito na votação do próximo domingo.
A REDH é uma rede de diversos intelectuais, organizações e movimentos sociais brasileiros que defendem pautas dos direitos humanos e a solidariedade aos países vizinhos da América Latina.