A Federação de Hóquei no Gelo de Israel (IHFI), com o apoio do Comitê Olímpico nacional, alertou, nesta sexta-feira (12/01), que entrará com uma ação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) após a seleção israelense ter sido expulsa do campeonato mundial de hóquei no gelo.
A decisão de banir o time foi anunciada há dois dias pela Federação Internacional de Hóquei no Gelo (IIHF), que justificou a suspensão dos israelenses de todas as competições devido às “preocupações com segurança e proteção”.
“De acordo com o dever de cuidado da Federação Internacional de Hóquei no Gelo em proteger todos os participantes nas competições, e sua obrigação de criar políticas de saúde e segurança, o Conselho do órgão, baseado com seu poder no Estatuto interno, decidiu restringir a participação da seleção nacional israelense em campeonatos da IIHF”, informou a nota, acrescentando que a medida é válida “até que a segurança e o bem-estar de todos os participantes (incluindo os israelenses) possam ser garantidos”.
Em nenhum momento o comunicado detalhou se algum país se opôs a jogar contra Israel, nem mencionou a guerra em curso na Faixa de Gaza.
No entanto, fontes internas da Federação ouvidas pelo jornal The Jerusalem Post afirmaram que o anúncio foi dado logo após o presidente do órgão, Luc Tardif, ter cedido a “pressões políticas externas”.
Twitter/Tarciso Morais
Israel processará Federação Internacional de Hóquei por expulsar seleção do país de campeonato mundial
De acordo com a IIHF, houve uma avaliação de risco “cuidadosa”, que incluiu uma série de discussões com as nações participantes e, também, com os anfitriões, para a proibição da equipe israelense nos jogos.
Por outro lado, o líder do Comitê Esportivo do Knesset, Simon Davidson, compreendeu a decisão como uma “exclusão” e ainda a acusou de “ilegal” se levada em conta as diretrizes do Comitê Olímpico Internacional.
“Imagine que há um Campeonato Mundial de Futebol e a FIFA anuncia que Israel não pode participar. Este é um setor menor, por isso não está ecoando tão alto, mas mesmo assim é um esporte olímpico.”, afirmou Davidson.
Já o presidente do Comitê Olímpico de Israel atribuiu à expulsão um “cheiro de antissemitismo” e que ela está sendo justificada “sob o pretexto de segurança para os atletas”.
O Comitê de Esportes do Knesset informou que está articulando uma reunião para a próxima quarta-feira (17/01) com o objetivo debater a decisão, convidando também autoridades do Ministério das Relações Exteriores e organismos envolvidos na frente internacional.