Israel concorda em estabelecer uma pausa humanitária de quatro horas, todos os dias, ao norte da Faixa de Gaza para permitir que os civis deixem o território. O anúncio foi feito pela Casa Branca, que classificou a decisão como “um passo para a direção certa”.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, declarou que a medida entra em vigor nesta quinta-feira (09/11), acrescentando que Israel se comprometeu a anunciar as pausas humanitárias com pelo menos três horas de antecedência.
O assunto foi discutido nesta segunda-feira (06/11) por uma ligação telefônica entre o presidente norte-americano Joe Biden e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Após três dias, o pedido foi aceito pelas autoridades israelenses:
“Demorou um pouco mais do que eu esperava”, confessou Biden à imprensa.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, os Estados Unidos também afirmaram que pretendem levar diariamente 150 caminhões de ajuda humanitária à Gaza.
Twitter/State of Palestine MFA
Israel concorda com os EUA em estabelecer pausas diárias de 4h ao norte de Gaza
Em comunicado, o gabinete de Netanyahu reforçou mais uma vez que a medida não se trata de cessar-fogo: “os combates continuam e não haverá cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns. Israel está permitindo a passagem segura através de corredores humanitários do norte da Faixa de Gaza ao sul. 50 mil habitantes do enclave palestino utilizaram os corredores ontem. Mais uma vez, pedimos à população civil de Gaza para que evacue para o sul.”
Kirby também deixou claro que não haverá cessar-fogo, justificando que a medida ajudaria o Hamas a “legitimar o que fizeram” em 7 de outubro, chamando de “intolerável” as ações do grupo palestino.
O anúncio ocorre na medida em que cresce a pressão da comunidade internacional sobre Israel e as operações militares no enclave palestino. Nesta quinta-feira (09/11), o Ministério da Saúde de Gaza já confirmou a morte de pelo menos 10.812 palestinos na região, sendo 4.412 crianças, 2.918 mulheres e 676 idosos, além de mais de 26 mil feridos. O porta-voz da pasta, Ashraf al-Qudra, também informou que 2.650 pessoas seguem presas nos escombros após os bombardeios das forças israelenses. Já Israel contabiliza aproximadamente 1.600 mortes desde 7 de outubro, quando começou a guerra.