Pelo menos 21 soldados israelenses morreram na última segunda-feira (22/01) durante combates contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas no centro da Faixa de Gaza. Trata-se do incidente mais mortal para o Exército de Israel desde o início da incursão terrestre no enclave palestino.
De acordo com as Forças Armadas, “terroristas lançaram um foguete contra um tanque que protegia os soldados, causando uma explosão em dois prédios de dois andares”.
“Os edifícios caíram enquanto os soldados estavam dentro ou próximos deles”, afirmou o porta-voz militar Daniel Hagari, acrescentando que haviam sido instaladas minas para demolir as construções.
O ataque ocorreu em uma área a apenas 600 metros da fronteira com Israel, durante uma operação para destruir estruturas do Hamas e permitir que os residentes das zonas israelenses nos arredores da Faixa de Gaza retornassem para casa.
“Vivemos um dos dias mais duros desde o início do conflito”, disse o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, prometendo “combater até a vitória total”. “Estou ciente de que a vida das famílias dos heroicos soldados caídos mudará para sempre. Sinto dor por essas perdas e abraço os parentes dos nossos militares”, acrescentou o primeiro-ministro.
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'Vivemos um dos dias mais duros desde o início do conflito', disse o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu
O elevado número de mortos poderá dar um novo impulso aos apelos para que Israel interrompa a ofensiva ou mesmo a encerre completamente. Contudo, Netanyahu promete seguir em frente até que Israel esmague o Hamas e conquiste a liberdade de mais de 100 reféns mantidos detidos em Gaza.
Na segunda-feira, as famílias dos reféns protestaram para que Israel chegue a um acordo de cessar-fogo e, assim, trazer os reféns vivos de volta para casa.
Israel lançou a sua ofensiva após o ataque do Hamas, em 07 de outubro, que matou mais de 1.200 pessoas e fez refém cerca de 250 outras. Mais de 100 pessoas foram libertadas em novembro em troca de uma trégua de uma semana e da libertação de 240 palestinos presos por Israel.
A ofensiva causou destruição generalizada, deslocou cerca de 85% da população de Gaza e deixou mais de 25 mil palestinos mortos, segundo autoridades de saúde. A ONU afirma que a guerra desencadeou um desastre humanitário, com um quarto dos 2,3 milhões de habitantes da região sofrendo com a fome.
Redes de comunicação de Gaza entraram em colapso novamente, pela décima vez durante a guerra, representando outro desafio para os socorristas e impossibilitando que as pessoas contatassem os seus entes queridos em diferentes partes do território.
O crescente número de mortos e a situação humanitária levaram a uma pressão internacional para reduzir a ofensiva e concordar em negociar a criação de um Estado palestino após a guerra. Netanyahu rejeitou ambas as exigências.
(*) Com Ansa.