Matéria atualizada às 14h43 de 31/01/2024
Um novo abaixo-assinado foi lançado na quinta-feira (25/01) em solidariedade ao jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, e ao ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e político brasileiro José Genoino. A manifestação defende que os “opositores do sionismo não podem ser considerados antissemitas”.
Até o momento, cerca de dez mil pessoas, contando com intelectuais, professores e jornalistas, assinaram o documento que rechaça as investidas de entidades sionistas, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a ONG StandWithUs, contra Altman e Genoino.
“As críticas ao terrorismo praticado pelo governo ´[do primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu são tachadas de antissemitas para criar confusão. Os que se opõem ao sionismo não podem ser considerados antissemitas. Os judeus e o judaísmo devem ser respeitados”, insiste a carta.
Em iniciativa conjunta, o abaixo-assinado foi encabeçado pela jornalista Cristina Serra, primeira signatária do documento, e articulado pelo professor Manuel Domingos Neto. Já o jornalista Mário Simões, responsável pela divulgação pública da carta, disse a Opera Mundi que a solidariedade a Altman e ao Genoino “ultrapassa o aspecto pessoal”, tratando-se de garantir o direito da liberdade de expressão, uma vez que as declarações contrárias ao sionismo não configuram nenhum tipo de crime.
“Criticar o genocídio praticado por Israel na Palestina é uma obrigação moral de todos que estiverem comprometidos com a democracia brasileira e uma etapa importante no enfrentamento com a extrema direita, aliada de primeira hora e defensora do genocídio. Criticar e denunciar o genocídio se inscreve também na luta pela paz naquela região e em defesa de um cessar fogo imediato”, declarou Simões.
Segundo os signatários, as práticas dessas organizações “visam calar e intimidar os que condenam o assassinato generalizado de palestinos e a brutalidade desta política” ao tentar “conter seu próprio desgaste silenciando os que denunciam seus crimes”.
A Opera Mundi, o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni, que é signatário da carta, disse ser necessário “manter acesa a chama da denúncia e da solidariedade” contra as ações de censuras promovidas pelas organizações.
Após assinar o documento, Maringoni explicou que tais ações sionistas são frutos das derrotas que Israel tem sofrido, incluindo a mais recente, na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia:
“Breno Altman e José Genoino se tornaram os alvos visíveis da agressividade sionista no momento de crescente isolamento de Israel. Nós acabamos de ter, nesta sexta-feira (26/01), um juramento preliminar da admissibilidade da ação da África do Sul, na Corte Internacional de Justiça. Ela coloca a palavra 'genocídio' associada a Israel, o que demonstra que, mesmo em um terreno favorável a Israel e aos Estados Unidos, Israel se isola. Nesse isolamento, o sionismo fica mais agressivo e começa a atacar as figuras destacadas da luta democrática que ajudam a ampliar esse isolamento”, afirmou o docente.
Os signatários ainda criticam o financiamento das entidades à viagem de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a Israel para “avaliação dos resultados da guerra”.
“Temos visto que existe uma operação muito bem financiada e muito bem orquestrada dessas associações ligadas ao Estado de Israel para criar um clima de pânico e terror”, explicou Maria Carlotto a Opera Mundi. A cientista social e professora da Universidade Federal do ABC reforçou a necessidade de reagir a “toda e qualquer tentativa de silenciamento em prol da defesa do povo palestino” e classificou as perseguições sionistas contra Altman e Genoino como “ataques muito covardes”:
“Se hoje a Corte Internacional reconhece [o genocídio], isso significa que, de fato, nós temos um movimento em curso de violência sistemática, de destruição de uma população. Então é óbvio que os humanistas no mundo inteiro vão se colocar em defesa do povo palestino”, afirmou Carlotto.
O abaixo-assinado também denuncia que as atividades da Conib e da StandWithUs “disseminam falsidades e interferem nos negócios internos do país”, referindo-se à reunião que o ex-presidente Jair Bolsonaro (2018-2022) manteve com o embaixador de Israel em Brasília para promover uma campanha contra o grupo palestino Hamas, no mês de novembro.
A Opera Mundi, a jornalista Heloísa Vilela, uma das signatárias do documento, também levanta a questão da forma pela qual os veículos da grande mídia brasileira tratam, de forma “falaciosa” e “tendenciosa”, o genocídio contra o povo palestino:
“Não resta a menor dúvida de que existe uma campanha em andamento que coloca o porta-voz do lobby do governo israelense para falar na televisão brasileira como se ele não tivesse um lado nessa questão, como se ele não estivesse sendo pago para defender o sionismo”, explica Vilela.
Para a jornalista, é “absurdo” que não se possa dizer “que genocídio é genocídio, que carnificina é carnificina” e que “a limpeza étnica israelense já vigora em Gaza faz 75 anos”:
“A gente tem que falar e a gente tem que defender o direito de quem fala. E quem fala com propriedade, como é o caso do Breno e do Genoino. Não podemos permitir que essas pessoas sejam caladas por esses lobbys e por esse governo sionista de extrema direita de Israel”, defende a signatária.
A manifestação de solidariedade é lançada após ataques das organizações aos posicionamentos críticos de Altman e Genoino contra a ofensiva militar de Israel em Gaza. O fundador de Opera Mundi, por exemplo, é alvo de processos judiciais contra para que suas redes sociais sejam suspensas e ele seja proibido de participar de “lives, vídeos e manifestações” sobre a questão palestina, “sob pena de prisão preventiva”.
Já o histórico militante Genoino foi alvo de um pedido da Conib para que seja aberto um inquérito contra ele.
“Manifestamos nossa solidariedade aos perseguidos. Somos solidários aos palestinos que resistem, há mais de um século, às investidas contra sua existência. Defendemos uma Palestina livre e soberana, respeitada pelo Estado de Israel”, finaliza o abaixo-assinado.
O abaixo-assinado está aberto para assinaturas por meio deste site.
Change.org
José Genoino e Breno Altman são alvos de ataques de entidades sionistas por denunciar o genocídio promovido por Israel
Leia na íntegra o abaixo-assinado em solidariedade a Breno Altman e José Genoino:
A importância deste abaixo-assinado
Após mais de 100 dias de ataques, o Estado de Israel assassinou mais de 25.000 palestinos, em sua maioria, crianças e mulheres. Feriu e mutilou mais de 50.000 pessoas. Destruiu as condições de vida na Faixa de Gaza.
O genocídio em curso despertou a indignação mundial e desmascarou o colonialismo do governo de extrema-direita de Israel.
Os representantes do sionismo no Brasil querem calar os que denunciam a brutalidade desta política. Seus principais instrumentos em nosso país, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a ONG StandWithUs, tentam conter seu próprio desgaste silenciando os que denunciam seus crimes.
As críticas ao terrorismo praticado pelo governo Netanyahu são tachadas de antissemitas para criar confusão. Os que se opõem ao sionismo não podem ser considerados antissemitas. Os judeus e o judaísmo devem ser respeitados.
No Brasil, os sionistas querem censurar a mídia, intimidar seus opositores e disseminar falsidades. Interferem nos negócios internos do país promovendo reuniões com a extrema direita e financiando viagens de autoridades públicas.
A Conib investiu contra o jornalista Breno Altman e o ex-deputado José Genoino visando intimidar os que condenam o assassinato generalizado de palestinos.
Manifestamos nossa solidariedade aos perseguidos. Somos solidários aos palestinos que resistem, há mais de um século, às investidas contra sua existência. Defendemos uma Palestina livre e soberana, respeitada pelo Estado de Israel.
Confira algumas assinaturas ao documento até o momento:
Cristina Serra – Jornalista
Roberto Amaral – Cientista político
Otávio Velho – Antropólogo
Luiz Eduardo Soares – Antropólogo
Gleisi Hoffmann – Deputada federal
Manuel Domingos Neto – Historiador
Cid Benjamim – Jornalista
Aldo Arantes – Advogado
Ivan Valente – Deputado federal
Sônia Fleury – Professora
Luís Nassif – Jornalista
Jandira Feghali – Deputada federal
Mário Simões – Jornalista
Gilberto Maringoni – Professor
Ana de Hollanda – Cantora e compositora
Valério Arcary – Professor
Tulio Franco – Médico sanitarista
Eleonora de Lucena – Jornalista
João Quartim de Moraes – Cientista político
Reginaldo Nasser – Professor
Altamiro Borges – Jornalista
Luiz Sérgio – Ex-deputado federal
Jeferson Miola – Articulista
Armando Boito Jr. – Cientista político
Raul Carrion – Historiador
Heloísa Villela – Jornalista
Fátima Belchior – Jornalista
Reginete Bispo – Deputada federal
Maria Caramez Carlotto – Professora
Luiz de Siqueira Martins Filho – Professor
Rodolfo de Lucena – Jornalista
João Carlos Sales – Professor
Maria Helena Arrochellas – Escritora
Pedro Oliveira – Jornalista
Juca Kfouri – Jornalista
Lívia Ferrari – Jornalista
Florice Raposo Pereira – Geógrafa
Lejeune Mirhan – Sociólogo
Gisele Martins – Comunicadora
Rosa Freire d`Aguiar – Jornalista
Olival Freire – Físico
Patrícia Valim – Professora
Wevergton Brito – Jornalista
Mauro Lopes – Jornalista
Pepe Vargas – Deputado estadual (RS)
Maria Lygia Quartim de Moraes – Socióloga
Jussara Cony – Farmacêutica
Lívia Ferrari – Jornalista
Valton Miranda – Médico
Milton Temer – Jornalista
Raul Pont – Professor
Chico Alves – Jornalista
Linda Gondim – Socióloga
Bier – Cartunista
Chico Pinheiro – Jornalista
Carlos R. Winckler – Sociólogo
Lucila Soares – Jornalista
Celso Augusto Schröder – Cartunista
Ecila Meneses – Advogada
Alfredo Saab Filho – Economista
João Roberto Martins Filho – Cientista político
Celso Vicenzi – Jornalista
Claudio Daniel – Escritor
Claudio Nicotti – Advogado
Regina Lunière – Jornalista
Solange Padilha – Artista
Edgar Vasques – Cartunista e ilustrador
Elvino Bobn Gass – Deputado federal
Ernani Ssó – Escritor
Luiz Moreira Jr. – Professor
Regimeire Maciel – Professora
Emiliano Jose – Ex-deputado federal
Gilmar Eitelwein – Produtor cultural
Luis Eduardo Greennhalgh – Advogado
Simone Romero – Jornalista
José Carlos Saboia – Ex-deputado federal
Jose Luiz del Roio – Ex-senador pela Itália.
Valter Pomar – Professor
Katia Brasil – Jornalista
Ines Castilho – Jornalista
Elizabeth Hazin – Professora
Marcus Sokol – Economista
Jamil Murad – Ex-deputado federal
Joaquim Soriano – Agrônomo
José Reinaldo Carvalho – Jornalista
Carlos Latuff – Chargista
Héctor Saint-Pierre – Professor
Pedro Celestino Pereira – Engenheiro
José Weis – Jornalista
Laís Nicotti – Desembargadora
Walter Sorrentino – Médico
Laura Sito – Deputada estadual (RS)
Paris Yeros – Professor
Lu Vieira – Cartunista
Maritânia Dallagnol – Advogada
Daniel Almeida – Deputado federal
Matheus Gomes – Deputado estadual (RS)
Paulo Amarante – Psiquiatra
Luiz Martins de Melo – Economista
Vera Perfeito – Jornalista
Suzeley Kalil Mathias – Professora
Ramatis Jacino – Professor
Vera Guasso – Sindicalista
Ana Penido – Professora
Marcio Jerry – Deputado federal
Paulo Cézar de Andrade Prado – Jornalista
Lecio Morais – economista
Adriano Diogo – Ex-deputado estadual (SP)
Leandro Fortes – Jornalista
Fernando Mattos – Professor
Isabel Pacheco – Jornalista
Marcelo Barbosa – Advogado
Kiko Nogueira – Jornalista
Christina Miguez – Jornalista
Adalberto Cardoso – Professor
Luiza Coppieters – Pesquisadora
Manuela D´Ávila – Jornalista
Antero Luiz – Jornalista
Lidice da Mata – Deputada federal
Daiana Santos – Deputada federal
Vivaldo Barbosa – Ex-deputado federal
Francis Bogossian – Empresário
Hidelgard Angel – Jornalista
Aitan Sipahí – Médico
Luiza Erundina – Deputada federal
Glauber Braga – Deputado federal
Mário Vitor Santos – Jornalista
Lindbergh Farias – Deputado federal
Padre João – Deputado federal
Alencar Santana – Deputado federal
Zeca Dirceu – Deputado federal
Regina Zappa – Jornalista
Ana Paula – Deputada federal
Jilmar Tatto – Deputado federal
Arlindo Chinaglia – Deputado federal
Misiara Oliveira – Dirigente partidária
Carlos Zaratini – Deputado federal
Washington Quaquá – Deputado federal
Kiko Celeguim – Deputado federal
Carol Proner – Advogada e professora
Nilton Tatto – Deputado federal
Fernando Mineiro – Deputado federal