América Latina se divide sobre ataque do Irã a Israel
Governos de Argentina e Colômbia mostraram posturas diferentes em meio ao conflito
Os países da América Latina apresentaram diferentes posturas com relação ao ataque de mísseis deflagrado pelo Irã contra Israel na noite do último sábado (13/04).
Por um lado, o secretariado da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a liderança do uruguaio Luis Almagro, condenou a agressão de Teerã e expressou sua “total solidariedade” com Israel.
Em uma nota, denuncia a “completa ruptura das normas básicas do direito internacional” e acusa o regime iraniano de representar uma fonte constante de instabilidade no Oriente Médio.
Da mesma forma, o governo argentino, liderado pelo ultraliberal Javier Milei, manifestou a sua total solidariedade com Tel Aviv, considerada “um bastião dos valores ocidentais”.
Milei suspendeu repentinamente uma viagem ao exterior e retornará hoje a Buenos Aires para assumir o controle da crise e “coordenar ações com os países ocidentais”, segundo comunicado.

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Ataque iraniano a Israel foi tema de debate na OEA
A preocupação com a escalada da crise foi manifestada pelos governos do México, Chile, Uruguai, Equador e Peru, enquanto o presidente colombiano, Gustavo Petro, expressou seu desacordo com a declaração da OEA, lembrando que “o genocídio (em Gaza) precede toda barbárie” e que “a OEA deve expressar-se com o objetivo mais absoluto da paz”.
Na mesma linha da Colômbia, o governo de Nicolás Maduro manifestou a sua preocupação com a situação no Oriente Médio, “produto do genocídio na Palestina e da irracionalidade do regime israelense”.
Já o governo do Brasil expressou “grave preocupação” com o ataque contra Israel, apelando a “todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”.
“Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que até agora tem sido extremamente crítico a Netanyahu, não fez nenhuma declaração.